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30.7.04
Há muito tempo desde que fiz o último post sobre arquitectura! Curiosamente na medida em que no trabalho fiquei mais ocupado com a arquitectura própriamente dita, diminuiu a minha inclinação de falar sobre ela no blogue. (A quem não conhece a nossa profissão seja dito que para mim como a maioria dos meus colegas infelizmente só uma ínfima parte do nosso tempo de trabalho é ocupado com a arquitectura própriamente dita.) Agora sinto me estimulado pelo post do Lourenço, que nele proclama a casa, contra a famosa definição de Le Corbusier dela como máquina de habitar, como máquina de emocionar. Não duvido por um momento de que Le Corbusier concordaria também com esta definição. O Lourenço reconhece que esta definição é a dele, ou seja a do autor. (Não necessáriamente a do habitante, do "utilizador".) Compreendo o bem e creio que talvez qualquer pessoa que escolhe uma profissão artística, faz isso pelo desejo de através dela conseguir alcançar as pessoas num domínio muito especial, de poder tocá-las. Depois de ter exprimido a minha plena concordância, quero lembrar-lhe algo que um velho professor nos explicou através duma analogia: Quando apreciamos uma refeição num bom restaurante, ninguem discute o seu valor nutritivo ou coloca a questão se ela eventualmente cria indigestão ou diarrheia. Discutimos a qualidade da obra do chefe de cuisine, e todas essas questãoes básicas são pressupostos que se toma por adquiridos. O chefe, no entanto, não as pode tomar por adquiridos, tem que garanti-las, e valha-lhe deus, e aos seus clientes, se falha neles! Etiquetas: arquitectura 29.7.04
Esta é a fotografia vencedora do concurso World Press Photo 2004. Boas fotografias como eta têm o poder de alcançar directamente e emocionalmente as pessoas, e no meu caso, não me lembro duma que me comoveu mais. Vi naturalmente outras, de conteúdo ainda muito mais terrível, mas que têm menos impacto, porque o sofrimento neles retratado já afastaram o Outro tanto do meu mundo, que embora ainda posso sentir revolta, indignação e pena, já não me identifico duma forma tão imediata com ele. É isso o que é diferente nesta fotografia. Imagino-me, sem esforço, mesmo sem querer, nesta fotografia e no meu colo o meu filho Vicente. E atinge-me com toda a força a monstruosidade e violência desta situação, a sua inennaravel tristeza. Como o Celso Martins escreve no Barnabé, de onde copiei a fotografia, ela (eu acho até a situação nela retratada) ainda conserva uma réstia de esperança e dignidade humana. Não se chegou (ainda?) a total desumanização das vítimas, que é uma característica que este campo de concentração ainda distingue dos campos de concentração Nazi (ou da guerra na Bósnia). Essa fotografia, não tenho dúvida, deve ser tão incómoda para os senhores da guerra como os da Abu Ghraib. Quem, que olha para esta fotografia, vê outra coisa do que vítimas duma injustiça atróz? Eu não. Não vejo um combatente inimigo. Muito menos um terrorista. Vejo um pai, humilhado, que é obrigado de revelar ao seu filho de talvez quatro anos a sua total impotência para lhe dar segurança, conforto, nem sequer uma gota de água. Como não posso ver o Mal neles que criaram essa situação para este pai e o seu filho? Vejo a fotografia e não duvido um segundo que é mesmo isso, a verdade, o que vejo. Sei também que talvez (embora que não o acho muito provável neste caso), este homem é mesmo um perigoso combatente inimigo. Que neste caso, obviamente, teria que ser preso e desarmado. E as circunstâncias no terreno, sem intençao maldosa do vencedor podiam ter levado a essa situação. Este raciocínio podia adiantar se achasse esta guerra justificada. Não acho esta guerra justificada. E mesmo se achasse, não consigo deixar de sentir-me do lado do pai e do seu filho. Não consigo aturar a boa disposição dos responsáveis desta cena, os sorrisos dos senhores Bush e Blair. 28.7.04
Agora, ainda a tempo, a playmate da semana: mulher nua (de Picasso) Hoje há uma nova edição. Porquê é que entendem que Deus é o vosso pai e não a mãe? (A pergunta não é só dirigida ao Midrash...) Após a minha chegada a Portugal, rapidamente apercebi-me duma característica que distingue o povo português geneticamente do meu alemão: No povo português, a capacidade de ocupar lugares chaves da sociedade está concentrada em poucas dúzias de famílias, cujo pool genetico contém, em compensação para o grande resto de portugueses vulgares, (quase) tudo o que é preciso para a excelência. Paulo Portas, ele próprio um exemplo radiante deste fenómeno, também o sabe, e tira de forma desassombrada, as consequências, por exemplo na escolha (não concretizada por motivos menos justificáveis) de Teresa Caeiro como Secretária de Estado da Defesa. É verdade que alguns esquerdistas, cegados por uma ideologia obsoleta, como o Manuel Resende, teimam em não reconhecer este facto imutável da natureza. Esta jovem Veneciana, que Dürer pintou, certamente não é nenhuma playmate. Não me apeteceu postar uma playmate hoje, embora que era o dia para isso. 27.7.04
... contra a suposta superioridade moral da esquerda. Conta uma história vergonhosa. Duma conhecida politica da esquerda. Essa para mim só prova que ser da esquerda não é garante ter superioridade moral. Para mim, quem a leva na boca está sempre muito próximo do seu contrário, isto é, da mais nojenta hipocrisia. Por outro lado, para que há moral para lá da esquerda, que melhor exemplo do que o JPT? Espero que o seu post não seja o último. 26.7.04
Escrevo este Post, porque recebi, como muitos outros bloguistas, um e-mail do Nuno Guerreiro, que me desafiou para participar numa campanha de sensibilização. O meu primeiro sentimento era embaraço, tendo consciência da insignificância do meu Quase em Português numa capmanha dessas, mas sei muito bem que essa "humildade" é errada, e uma desculpa para a inacção! Espero que muitos seguem ao apelo do Nuno, para que a Blogosfera, que como todo já tem algum peso na comunicação social, ponha na ordem do dia este genocídio, e obriga o(s) nosso(s) governo(s) a agir... O Nuno Guerreiro escrevou um excelente post sobre Darfur. Lá encontram mais links sobre o assunto, como este, e como também no Blog 19. Na Terra da Alegria da última Quarta-feira o Carlos Cunha fez o que eu devia ter feito: Foi ele ali e não eu no Quase em Português que lembrou o sexagésimo aniversário da "Operação Valkíria", a mais famosa tentativa de assassinar Hitler, no 20. de Julho 1944. Este golpe falhado foi planeado por um grupo de altos patentes militares e de cidadãos da velha sociedade, conservadores, que desde cedo se recusaram a alinhar com a barbarie Nazi. Este grupo, liderado pelo antigo Chefe do Estado Maior, Generaloberst Beck, constituiu-se em 1938, e tentou desde então afastar Hitler do poder. Não conseguiu, no entanto, o apoio indispensável duma parte relevante da Wehrmacht, a única entidade capaz de enfrentar o poderoso aparelho do partido Nazi, a SA e a SS. Com cada ano que passou, o desastre para toda a Europa aumentou, e menos ficou para salvar. O que os conspiradores queriam salvar, era, naturalmente, em primeiro lugar a pátria. Queriam evitar que Hitler levasse Alemanha para uma guerra impossível de ganhar. Em segundo lugar - mas possivelmente sou muito injusto com estes homens que deram a sua vida se digo em segundo lugar - queriam por termo a guerra e a barbarie indizível desenvolvido pelos Nazi. Desde 1943 a "solução final", o extermínio em massa dos judeus, ciganos e homossexuais estava em pleno curso, um facto que ao grupo bem-informado dos conspiradores não ficou escondido. (Ainda assim, se o golpe do 20. de Julho de 1044 tivesse tido sucesso, mais do que metade das pessoas que morreram nos campos de extermínio teriam sido salvos.) Há por isso uma nota de desespero no atentado de 20. de Julho, e no terceiro objectivo, esse pelo menos parcialmente alcançado: Mostrar que houve pelo menos alguém, entre os alemães, que tentou acabar com o horror. Muitos dos conspiradores foram mortos no mesmo dia 20.de Julho, outros foram julgados pelo "Volksgerichtshof" e depois enforcados, por ordem especial de Hitler, como "porcos à abater". (Um pormenor interessante é que Hitler inicialmente tinha a intenção de tornar público as filmágens do processo, à semelhança dos famosos processos públicos de Estaline nos anos 30. Mas exhibições com umas audiências teste, que foram feitas, levaram-no a reconsiderar. A porte dos arguidos era de tal dignidade, em contraste com a dos acusadores, que as reacções do público deram-lhe a entender que a publicação das filmagens seria contra-producente.) Carlos Cunha destaca muito bem cristãos de ambas as confissões que arriscaram e deram a vida na luta contr a barbarie. Para além dos que mencionou há outros, famosos, como o bispo (católico) de Münster, Graf Galen (que conseguiu, pelo menos no próprio território alemão, por termo ao projecto indizível da "eutanasia", ou seja, o sistemático extermínio de doentes mentais), e certamente muitos desconhecidos, não menos meritórios por isso. Mas também houve uma "Reichskirche", uma igreja evangélica integrada e alinhada com o nazismo, na qual se encontravam milhões de "fieis", que não deram pela total incompatibilidade da mensagem cristã com o fascismo, ou não tiveram coragem para tirar as consequências (que não teriam logo que começar pelo martírio). A igreja católica soube manter uma maior distância ao fascismo, porque havia sempre Roma e o Papa, óbviamente para qualquer católico impossível considerá-lo subordinado a Hitler. Mas houve muita "diplomacia" da Santa Sé, e sobre o papel do Papa Pio XII já se escreveu muito... 23.7.04
Playmate da Semana: Nad Jeziorem (Slendzinsk) Não faço ideia o que quer dizer "Nad Jeziorem". Deve ser polaco, e podia ter arranjado um dicionário para manter a aparência duma grande cultura geral, mas não estava para tanto trabalho... Os paineis, as peças escritas e desenhadas, os documentos e a proposta estão embrulhados e lacrados e nas mãos da colega que os levará para Ponta Delgada. Agora falta só recuperar o trabalho que deixei atrasar pelo concurso... 15.7.04
Há uma conhecida analogia, uma metáfora que é usada, pelos liberais e não só, contra o valor da igualdade: Olhem para um prado selvagem, em que cada planta e flor cresce como pode. Há flores maiores e mais pequenas, umas belas e outras nem por isso, o conjunto é duma indiscutivel riqueza e beleza. Agora aplica-se o preceito da igualdade: Com uma máquina corta-relva transformamos esse belissimo prado num relvado, em que cada herva tem o mesmo comprimento. Temos igualdade, uniformidade, nenhuma palhinha está agora em vantagem sobre outra... Olhem agora: Que triste empobrecimento da criação! Como todas as analogias, elas são convincentes em si, mas de questionável aplicabilidade ao caso ao qual se preteda aplicá-las. Uma tentativa de refutação podia ser essa: Mas onde está demonstrado que a aplicação do preceito da igualdade resulta num nivelamento para baixo? Mas acho, pelo menos dum ponto de vista estritamente económico, essa refutação está desprovido de fundamento. Onde esta analogia aplica mal, é aqui: Quem defende igualdade (em concreto aqui: eu), não defende uma igualdade dos resultados! Defende uma igualdade das oportunidades, ou seja, para ficar na analogia, que a qualidade do solo, a água, a luz do sol deveria estar disponível, na mesma medida, para todos. E assim sim: Se uma flor faz muita sombra às a sua volta, se lhes seca o solo, então ela tem que ser limitada no gasto dos recursos que são de todos. Mas isso é uma coisa muito longe do nivelamento por máquina de cortar-relva. Um outro erro nesta metáfora é que o ponto de vista do homem quem aprecia a beleza do prado não coincide com o nosso: Nos somos as flores, mais avantajados ou menos avantajadas. Ou seja partes interessados. Para elas há duas possiveis escolhas racionais (das quais nenhuma necessita um suporte transcendente!): Ou há luta, isto é, de cada um pelos seus interesses: A flor avantajada defende o livre crescimento, a lei do mais forte, enquanto as plantas fracas se juntam umas às outras, para ganhar poder de defender melhor a sua posição. Deixando de falar nos termos da metáfora: Antigamente, isso chamava-se luta das classes. Mas também há uma escolha, inteiramente racional, que opta, à partir da conclusão de que essa luta de classes acaba, no fim, de ser prejudicial para todos, por tentar conciliar os interesses, e assim garantir uma paz social. É o caminho que as democracias europeias (inspiradas pelas ideias da revolução francesa) já percorreram - ao nível interno - um bom bocado. Já uma vez escrevi no Quases em Português que acredito, ou pelo menos tenho a esperança, que isso foi e será a evolução da civilização: A sucessiva subordinação de egoismos individuais resp. de grupos mais pequenos, depois de estabelecido regras de moderação de conflitos entre eles, ao egoismo dum grupo maior que os inclui. Cujo último estado seria a civilização mundial, regida por uma lei, que defende todos e com que todos se identificam... Etiquetas: sel 14.7.04
Liberdade, Post de João Miranda a propósito do 14. de Julho. ...afinal tenho um: F*** You too! Playmate da Semana: Josephine Baker Os outros 10 mandamentos, hoje na Terra da Alegria...
...são os do velejador: 1º) velejar é mais fácil do que remar. 2º) sabendo de onde vem o vento é possível avançar contra ele. 3º) um vento de través dá infinitamente mais gozo que um vento de popa. Nada é mais chato do que um vento de popa. 4º) o vento pode virar o barco mas também ajuda a voltar um barco virado. 5º) o caminho mais eficiente não é o mais a direito mas aquele em que se navega mais facilmente, mais depressa. 6º) o vento, venha donde vier, pode sempre ser aproveitado. 7º) nós queremos sempre ir para de onde vem o vento. 8º) se não houver mesmo vento nenhum rema-se com o leme. 9º) à cautela leva-se um remo de reserva. 10º) há que saber sempre para onde queremos ir. A deriva deve ser evitada a todo o custo. 12.7.04
Luis Barragán: Las arboledas 1. Tem medo da morte e desde quê ano da vida? 2. O quê é que está a fazer contra isso? 3. Não tem medo da morte (porque pensa como materialista, porque não pensa como materialista), mas medo de morrer? 4. Queria ser imortal? 5. Já uma vez achou que estava a morrer, e o quê é que lhe veio com isso à mente: a. o que deixa para trás? b. a situação do mundo? c. uma paisagem? d. que tudo era vã? e. o que nunca se realizará sem si? f. a desarrumação nas gavetas? 6. De quê é que tem mais medo: que no leito da morte podia insultar alguém que não o merece, ou que perdoa à todos que não o merecem? 7. Quando morreu outra vez um conhecido: Surpreendo-o como dá como natural que os outros morrem? E senão: tem então a sensação que este tem alguma vantágem sobre si, ou sente-se superior? 8. Quer saber como é morrer? 9. Se já, em determinadadas circunstâncias, desejou morrer e depois não o aconteceu: acha então que estava enganado, isto é, avalia as condições de forma diferente por isso? 10. A quém deseja por vezes a sua própria morte? 11. Se num momento não tem medo de morrer: é porque a vida lhe é um fardo ou porque está a viver o momento? 12. O quê é que lhe incomoda nos funerais? 13. Se tinha comiseração ou ódio para alguém e chega a saber que ele morreu: o que é que faz então com o seu ódio respectivamente com a sua comiseração para essa pessoa? 14. Tem amigos entre os mortos? 15. Quando vê um morto: tem então a impressão de ter conhecido essa pessoa? 16. Já beijou mortos? 17. Se não pensa na morte em geral mas na sua própria morte: está respectivamente comovido, ou seja, tem pena de si próprio ou pensa nas pessoas dos quais tem pena depois do seu falecimento? 18. Quer morrer antes conscientemente ou quer ser surpreendido por um tijolo a cair, por um ataque de coração, por uma explosão etc.? 19. Sabe onde quer ser enterrado? 20. Quando a respiração cessa e o médico confirma a morte: tem a certeza que neste momento já não se tem sonhos? 21. Quais torturas prefere à morte? 22. Se acredita num reino dos mortos (hades): deixa o descansado a ideia que vai reencontrar todos para a eternidade, ou é por isso que tem medo da morte? 23. Consegue imaginar uma morte fácil? 24. Se ama alguém: porquê é que não que ser a parte sobrevivente, mas deixar o sofrimento ao outro? 25. Porquê os que morrem nunca choram? (Max Frisch: Tagebuch 1966-1971) Hoje com contribuições de Gabriel Silva do Blasfémias, do Bernardo Sanchez da Motta do Espectadores, da Marvi do (In)firmus, do Marco Oliveira do Povo de Bahá, e um texto meu (salvo seja, porque é de Eugen Drewermann). 11.7.04
Rogier van der Weyden: St. Ivo Gosto muito os retratos de Rogier van der Weyden. Ele é um dos primeiros pintores, que faz verdadeiros retratos psicológicos. 10.7.04
Quando ontem a noite cheguei (tarde) a casa e ouvi que o vosso Presidente convidou o PSD para propor um novo Primeiro Ministro, deu-me uma grande neura. Sei que é motivo para estar preocupado, mas ontem o que senti era só neura. Tento ensinar aos meus filhos o que é importante e o que é menos importante: É impotante ser honesto e coerente. É importante fazer o que se faz bem-feito, empenhar-se na qualidade, e acabar o que se começou. Que isso é talvez a única coisa pela qual uma pessoa se pode sentir justamente orgulhosa: Daquilo que fez, bem-feito, e até ao fim. Não me admirava, se à partir de agora, me mandam á merda com os meus conselhos... Sr. Keuner não era a favor de despedimentos, não a favor de cumprimentações, não a favor de aniversários, nem de festas, não a favor de concluir um trabalho, não a favor de começar uma nova fase da vida, não a favor de ajustamentos de contas, não a favor de vingança, não a favor de juizos definitivos. (Bertolt Brecht) Para o J.P. Castro, que esqueceu o seu próprio aniversário, ou seja, o do Blogo...Existo. (Também à propósito dos 10000 visitas, que o Quase em Português ontem alcançou.) 7.7.04
Li hoje com agrado e esperança, que o Presidente da República tende para convocar eleições antecipadas. Mas que está ainda a procura da forma como evitar a impressão que essa parece uma decisão "ad hominem". Isso é que eu chamo hipocrisia! Não é que todos, mesmo todos sabemos que, se uma coisa justifica eleições antecipadas, então exactamente esse argumento "ad hominem"? Quêm é que Jorge Sampaio espera iludir? Se ele tem o poder constitucional para empossar um Primeiro Ministro ou de não o fazer, e tem-no, - porquê é que ele acha que a pessoa do candidato não devia pesar? E se o candidato fosse Alberto João Jardim, ou Vale e Azevedo, ou Dona Branca? Há um post recente - com o título acima mencionado - no Timshel, que recomendo vivamente visitar! Não pelo texto do próprio post, émbora que este seja certeiro, mas pelos até ao momento 116 comentários que ele gerou! Acho assim já ultrapassou ou está prestes a ultrapassar o famoso post sobre a Anita do BdE! Lá se pode assistir à luta do Pedro Fontela, um solitário ateista inflexivel, com um inteiro exército de católicos e beatos de outras confissões - entre eles eu e outros autores da Terra da Alegria, (que hoje publicou uma nova edição que ainda não publicitei...), mas não só - sobre quem afinal são os maus da fita. É muito interessante é tem mesmo muita graça! 6.7.04
Playmate da semana: Faunesse (Rodin) Ontem a noite escrevi um post e publiquei o, mas não aparece no Quase em Português, embora está no blogger!?! Vou ver se com a publicação deste post a coisa se resolve... (Corrigi finalmente três erros de ortografia: Pelo menos o nome do próprio blogue devia escrever-se sem erros!) This is no time for Celebration this is no time for Shaking Heads This is no time for Backslapping this is no time for Marching Bands This is no time for Optimism this is no time for Endless Thought This is no time for my country Right or Wrong remember what that brought There is no time there is no time There is no time there is no time This is no time for Congratulations this is no time to Turn Your Back This is no time for Circumlocution this is no time for Learned Speech This is no time to Count Your Blessings this is no time for Private Gain This is no time to Put Up or Shut Up it won't no time to come back this way again There is no time there is no time There is no time there is no time This is no time to Swallow Anger this is no time to Ignore Hate This is no time to be Acting Frivolous because the time is getting late This is no time for Private Vendettas this is no time to not know who you are Self knowledge is a dangerous thing the freedom of who you are This is no time to Ignore Warnings this is no time to Clear the Plate Let's not be sorry after the fact and let the past become out fate There is no time there is no time There is no time there is no time This is no time to turn away and drink or smoke some vials of crack This is a time to gather force and take dead aim and Attack This is no time for Celebration this is no time for Saluting Flags This is no time for Inner Searchings the future is at head This is no time for Phony Rhetoric this is no time for Political Speech This is a time for Action because the future's Within Reach This is the time this is the time This is the time because there is no time There is no time there is no time There is no time there is no time (Lou Reed) (There is no time for blogging either, for me, these days.) 5.7.04
Hoje há Terra da Alegria Extra!
4.7.04
* futebol alemão, claro. Paul Klee: Fischzauber 2.7.04
Foi um post dos Intrusos, uma série de perguntas de Tomás Tainha, da qual só me lembro uma: "Porque o espelho inverte esquerda e direita, mas não em cima e em baixo?", que me convenceu que podia também ter um blogue. Antes quase só lia o Abrupto e o Aviz, e achei que um blogue fosse uma coisa de políticos ou jornalistas, ou de escritores. (Ou daqueles que o queriam ser.) Que podia ser um espaço, em que uma pessoa simplesmente manifesta a sua perplexidade, e ainda assim, ou por isso, por vezes pode ser poético, percebi com ele. Nem tinha iniciado o Quase em Português, o Intrusos acabara. Nasceu o Companheiro Secreto. Nunca chegou a ser o Intrusos, mas mesmo assim era um belo blogue, que me vai fazer falta... 1 ano Adufe!
Vou atrever-me e juntar às minhas felicitaçãos uma pergunta indiscreta: Ó Rui, tu tens uma vida para além do blogue? Sempre me admirei como é possível estar tão bem informado, escrever tanto, e com esta qualidade, dia sim, dia sim, agora já durante um ano? Das war schon wieder ein ganzer Frühling mit Pappelsamen, Blütenschnee, Gesängen. Jetzt packt er seine Koffer und macht sich auf den Weg in die ewigen Jagdgründe der Erinnerung. Dort hat er schon Gesellschaft. ______________ Reformado Isto já foi outra vez uma primavera inteira, com neve de pétalas, sementes de choupo, cantigas. Agora faz as suas malas e põe-se ao caminho para as tapadas de caça eterna da memória. Lá, já tem companhia. 1.7.04
August Macke: Sra. Macke com maçãs Jorge Sampaio acaba de anunciar - num directo SIC Notícias tipo twilight zone - que não tenciona ouvir Felipe Scolari sobre a crise política reinante. A seguir, recebeu a rainha Fabíola (!). Ignora-se se Sua Alteza se dirigiu a Belém respondendo ao chamamento de alguma SMS. ...sempre ouvi dizer que se deve aprender com os vencedores. Iluminismo é a saída do homem da sua menoridade, em que se encontrou por culpa própria. Menoridade é a incapacidade de usar a sua razão sem orientação por outrem. Por culpa própria é essa menoridade, quando a sua origem não está na falta de razão, mas de decisão e de coragem, para fazer uso dela sem orientação de outrem. Sapere aude! Tem coragem para usar a tua própria razão! é então o lema do Iluminismo. Preguiça e cobardia são as origens, porque uma parte tão grande dos homens, depois de já estar libertos, pela natureza, de direcção alheia (naturaliter maiorennes), durante toda a vida, porém, continuam alegremente como menores; e as orígens porquê é tão fácil para outros de arrogar-se como os seus tutores. É tão confortável ser-se menor. Tenho um livro, que tem juízo para mim, um padre, que tem consciência para mim, um médico, que avalia a minha dieta, etc., então eu próprio não preciso de esforçar-me. Não tenho a necessidade de pensar, desde que sou capaz de pagar; outros já assumirão essa tarefa desagradável para mim. Que a grande maioria dos homens (entre eles todo o belo sexo) julgam o passo para a maioridade, para além de ser penoso, também de ser perigoso, - de garantir isso já tratam os tutores, que bondosamente assumiram o fardo da sua supervisão.[...]" Immanuel Kant (1784) (Coloquei aqui as primeiras frases deste famoso ensaio de Kant, porque me parecia bem lembrar o quê é iluminismo ao José, pela referência depreciativa ao iluminismo no seu post sobre a "herança cristã", que também o Timshel citou...) |
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