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10.12.08
Mondfrauen (Otto Schatz) 6.12.08
Há semanas decretei que o Cachimbo de Magritte já não merecia respeito, veredicto irritado e - já sabia-o na altura - injusto para um ou outro dos membros deste blogue colectivo. Não ficaria bem comigo se não destacasse hoje a frontalidade e o sentido moral de Carlos Botelho, que não diminuem de acordo com a proximidade política ou não que tem com os visados. Quanto ao caso em si, interessa reforçar a distinção que o Carlos tentou explicar. Se é verdade que as razões de quem foi vítima de atrocidades não merecem por isso mais respeito, a pessoa da vítima porém merece! Merece ser poupado de insultos que colocam o eventual aproveitamento do estatuto de vítima acima ou ao mesmo nível como os crimes que sofreu. Esta elementar noção moral e da boa educação parece faltar a quem por razões geracionais ou sociológicas perdeu a consciência do que foi a perseguição política numa ditadura. O tribunal de contas concluiu o inquérito sobre a derrapagem de custo da Casa da Música. É um pouco chato, mas apropriado que repito o que escrevi na altura: «O actual Presidente da Casa da Música, António Couto dos Santos, reclama que, em relação ao tipo e a dimensão do equipamento realizado, o custo não é excessivo; concluiu-se isso duma comparação com equipamentos semelhantes na Europa. Pode ser. Mas então porque não se calculou o custo já à partida? Quem tomou as decisões de ampliar de 9000m2 para 23.000m2 de área de construção? Com que legitimidade? Podem provar-me que foram mesmo sempre precisos os 23.000m2. Mas porque então não o disseram e calcularam-nos desde o início? Não sabiam? Não acredito. No que acredito é isto: O dimensionamento e o custo inicial eram o isco. Eram o valor que os promotores públicos então acharam ainda passível de ser politicamente aceite. Enquanto todos já sabiam que não chegava, nem de longe. Mas ninguém ficou muito incomodado, porque a experiência ensinava-lhes que, no fim, ninguém acaba por ser responsabilizado. Daí todos podiam pensar alegremente: Logo se vê! E uma vez que se está entalado no processo, com a chantagem dos prazos à cumprir (cumpriu-se prazo algum?) e do possível fracasso do projecto, entram os restantes desejos e necessidades, e começa-se a aplicar o produto mais caro da construção civil, o famoso "já agora".» 3.12.08
Há dois meses escrevi: Só espero que estão em trabalho intenso, por enquanto ocultos da vista da comunicação social e dos cidadãos, os think-tanks do PSD, a elaborar as suas propostas e o seu programa. Se isso se verificar, confessar-me-ei surpreendido pela nova capacidade de discrição do PSD, e não levarei mal ter tido de aguardar. A ver, vamos. Hoje o Espresso noticiou que António Sampaio e Mello, convidado em Julho para dirigir o Gabinete de Estudos do PSD, se demitiu porque "as dificuldades internas do PSD interferiram na capacidade do Gabinete de Estudos ter eficácia, dinâmica de trabalho, estratégia de planeamento, recursos e influência". Está visto. Não sendo simpatisante pelo PSD, posso porém dizer honestamente que isto não me alegra. Nada. Liebeszauber (anonym) |
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