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6.12.08
O tribunal de contas concluiu o inquérito sobre a derrapagem de custo da Casa da Música. É um pouco chato, mas apropriado que repito o que escrevi na altura: «O actual Presidente da Casa da Música, António Couto dos Santos, reclama que, em relação ao tipo e a dimensão do equipamento realizado, o custo não é excessivo; concluiu-se isso duma comparação com equipamentos semelhantes na Europa. Pode ser. Mas então porque não se calculou o custo já à partida? Quem tomou as decisões de ampliar de 9000m2 para 23.000m2 de área de construção? Com que legitimidade? Podem provar-me que foram mesmo sempre precisos os 23.000m2. Mas porque então não o disseram e calcularam-nos desde o início? Não sabiam? Não acredito. No que acredito é isto: O dimensionamento e o custo inicial eram o isco. Eram o valor que os promotores públicos então acharam ainda passível de ser politicamente aceite. Enquanto todos já sabiam que não chegava, nem de longe. Mas ninguém ficou muito incomodado, porque a experiência ensinava-lhes que, no fim, ninguém acaba por ser responsabilizado. Daí todos podiam pensar alegremente: Logo se vê! E uma vez que se está entalado no processo, com a chantagem dos prazos à cumprir (cumpriu-se prazo algum?) e do possível fracasso do projecto, entram os restantes desejos e necessidades, e começa-se a aplicar o produto mais caro da construção civil, o famoso "já agora".» |
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