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  • 30.5.09
    A roubalheira

    O uso, pelo Vital Moreira, do caso BPN na campanha é foleira e saír-lhe-á pela culatra. Primeiro, porque se pergunta o que isso tem a ver com as eleições europeias? Segundo porque toda a gente sabe que, no que respeita a ex-políticos a aproveitarem os seus contactos nos grandes negócios, o PS não fica nada a dever ao PSD. Que o actual escândalo envolve pessoas destacadas do PSD e não do PS, é apenas um acaso.

    Mas quanto aos factos, VM não deixa de ter razão: O caso BPN compreende uma roubalheira e é de gentalha do PSD. E os crimes que aparentemente foram cometidos, não apareceram neste ambiente como uma criança no ventre de uma virgem.
    27.5.09
    Sigilo nas salas de aula?

    Já é um bocadinho tarde para me meter nesta conversa, mas faço-o porque umas bloguistas que muito prezo também ainda estão nela e, desta vez, não concordo com elas. Ou só concordo em parte.

    De todo o que a professora de Espinho disse só uma coisa me revoltou logo, aquela que não tem a ver com sexo: a ameaça de usar as notas da menina como arma no conflito. Isso é verdadeiramente imperdoável e devia bastar para que a professora não volte a dar aulas e avaliar miudos.
    A conversa de cariz sexual, de acordo com o que chegamos a saber pela comunicação social, também é uma falha ética grave, mas parece-me um pouco menor. Não é a própria referência ao sexo o problema, nem a linguagem foleira, mas o seu uso como instrumento de exercício de poder. A professora explora a insegurança - natural, nesta idade - dos alunos em relação a sexualidade, para se impôr e, pior, como dispositivo de "bonding", pois é evidente que a conversa, se por um lado pode perturbar os jovens, por outro lado também as fascinará. (Sabe-se-lá se a boa fama que a professora aparentemente goza junto de outr@s alun@s não resulta deste "bonding"?) O jogo da professora nesta ambiguidade é um abuso comparável a um assédio físico.
    Mas não vale a pena alongar-me nestes aspectos, pois ninguém defendeu o comportamento da profesora.

    As minhas amigas escandaliza a "bufaria". Honestamente, a mim não. Ou só muito pouco. Não tenho tanto a certeza que a DREN funcione bem nestes casos, como a Maria diz. O problema começa antes, com o provar dos factos, e a minha experiência com as escolas em Lisboa tem sido péssima. Tive o problema de que o meu filho de 7 anos e os seus colegas de turma foram ameçadas sistematicamente, pela professora, de reguadas caso que não se comportassem bem. A nossa queixa, primeiro ao nível da própria escola, resultou num cerrar das fileiras do pessoal docente, inclusivé da direcção e do psicólogo da escola, contra os pais.
    É verdade que, mesmo assim, não me imagino colocar uma wire no meu filho, em circunstância que for. Provavelmente teria tirado antes o meu filho da respectiva escola, se outras diligêrncias de acabar com o problema não resultassem. Foi o que fiz no meu caso. Resolvi o problema, mas apenas para o meu filho, o que não é muito satisfatório.
    A "wire" é muito baixo, é verdade, mas não quero excluir a partida, desconhecendo os pormenores do caso e a viabilidade de alternativas, o atenuante da "legitima defesa". Em todo o caso, o assunto muito mais grave grave é o comportamento da professra.

    No aspecto da "wire", o caso tem semelhanças com o do telemóvel na Escola Carolina Michaelis. A disponibilidade generalizada da tecnologia de comunicação para o cidadão comum, por um lado, e a falta de escrúpulos e a impunidade dos meios de comunicação, por outro, permitem que qualquer caso que tem a sua importância, mas apenas particular ou local e que deveria ser resolvido neste âmbito e só nele, pode passar num instante à notícia nacional com efeitos nefastos e desproporcionais para qualquer um dos envolvidos. Daí, completamente de acordo: é uma vergonha que o caso passou na TV, ainda mais com a identificação (posterior, mas com a inevitabilidade evidente para todos) das pessoas.

    Resumindo: problemas da sala de aula não são objecto adequado da praça pública. Mas dizer isso não significa que se deva manter as portas das salas de aula fechadas e continuar a manter tudo o que se passa atrás delas, no sigilo. Uma aula de uma Escola Básica ou de Liceu não é uma consulta médica. Nem psiquiátrica. É - devia ser - uma coisa pública, não disponível, como disse, para a comunicação social, mas pública sim para a comunidade a que diz respeito. Ou seja, à escola, aos outros professores, aos pais e às entidades às quais cabe assegurar o funcionamento correcto da instituição. Para o professor é o lugar de trabalho, não vejo argumento nenhum para que a sua performance nele não deveria ser objecto de escrutínio. Para os alunos é um espaço de trabalho também. Nele já se encontram sob o escrutínio do professor, não lhes faria mal nenhum se o seu não fosse o único e deixava de ser inapelável. Gravações secretas são inaceitáveis, mas se se chegasse a gravar as aulas num CCTV, isso não me chocava, desde que se assegurasse que as gravações não caiam em mãos indevidas.
    13.5.09
    Afinal, o que fez para nós Europa? (2)

    UE multa Intel com 1,06 mil milhões de Euros por violação das leis anti-trust.
    5.5.09
    2.5.09
    Somos dois

    Mas tenho o privilégio que, no meu caso, as pessoas geralmente perdoam porque atribuem estes mesmos defeitos - enganadamente, porventura - a minha condição de estrangeiro.
    O mundo (im)perfeito

    Sem querer diminuir a repulsa que uma coisa dessas provoca, não achas, Isabela, que fechar por isso o blogue sabe a capitulação? Tenta vê-lo com distância (mais fácil para mim, eu sei): Que peso pode ter, no espaço de comunicação que partilhamos, a citação de alguns dos seus posts num contexto e para fins asquerosos comparado com o fim do Mundo Perfeito? - Pois.

    Adenda:
    Aqui está o novo blogue da Isabela.

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