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  • 16.9.08
    Da esquerda

    Salvo diferenças biográficas, também sou desta equerda.
    15.9.08
    Richard Wright morreu

    (c)

    Aviso: A presença da senhora no QeP é apenas temporária. A isso obriga o respeito pelas nossas playmates.
    13.9.08
    Carne humana

    Quanto a esta notícia é importante fazer uma precisão. A entidade que admoestou a empresa alemã de talho por ter feito publicidade com uma rapariga nua "tão fresca como a sua carne", não é uma "Autoridade". Trata-se do Werberat ("Concelho de Publicidade"), um grémio da Associação Central das Empresas Alemãs de Publicidade (ZAW), entidade privada que não tem poderes públicos. Este grémio costuma receber queixas provenientes da sociedade civil e recomenda, em caso de as considerar justificadas, à respectiva empresa "infractora" corrigir a campanha. Se esta se recusa, o grémio faz uso da sua arma máxima: uma "admoestação pública", com mais nenhuns efeitos do que os que resultam dela para a imagem da empresa visada.
    No caso, e ao contrário do que acontece habitualmente, a empresa G&M deixou chegar a situação a isto. Pede agora desculpa e vai retirar o anúncio. Mas se não quisesse, ninguém poderia obrigá-la. E ainda bem.
    12.9.08

    Amazona
    (Georg Kolbe)
    Quem ela é, não sei. O que representa, não gosto.

    Há aqui muita gente, como o Filipe, que regista, com a satisfação de quem vê confirmado um seu preconceito, a fixação dos comentadores da esquerda europeia na personagem de Sarah Palin. Como é possível, perguntam, que estes dizem tanto (mal) de uma personagem que há duas semanas não conheciam? De quem ainda hoje pouco se sabe e aquilo que se julga saber, já se revelou por vezes de fonte pouco fidedigna?

    Não é preciso arranjar uma ideia tão peregrina como uma suposta persistência do culto de personalidade na esquerda. A resposta é fácil. Não reagem à pessoa Sarah Palin, mas àquilo que ela representa. Tal como os milhões americanos que entretanto mudaram o seu sentido de voto, a seu favor!

    É triste quando as pessoas baseiam as suas escolhas políticas apenas em representações, e não em factos. Contudo, no caso, a ausência de factos é exclusivamente imputável a quem nomeou a candidata. E é preocupante não saber o suficiente da candidata para aferir a sua aptidão para o cargo que quer ocupar.

    Factos são indispensáveis, mas não menosprezo as representações. Têm consequências políticas, tanto mais quanto nelas se revêem os eleitores. Não tenho problemas em admitir que eu, sabendo tão pouco como outros de Sarah Palin, abomino o que ela representa e que foi magistralmente descrito aqui pelo Luís.

    Adenda:
    O Filipe vê confirmado, por este post, a sua ideia do culto da personalidade da esquerda. Só consigo explicar-me issso com que não leu bem o que escrevi: Não reagem à pessoa Sarah Palin, mas àquilo que ela representa. Tal como os milhões americanos que entretanto mudaram o seu sentido de voto, a seu favor!
    A imagem de Palin, a "hockey mom", não é muito diferente para as pessoas, gostem dela ou detestem-na. Mas a embirração da esquerda, ainda por cima da Europa, é absolutamente insignificante comparada com o sucesso que Palin faz junto do eleitorado Republicano. Este sucesso tem a sua origem em quê? - Nas suas propostas para a política nacional e internacional? No seu vasto currículo? - Pois não. Só resta a sua personagem, para a identificação. Para o culto, se o Filipe quiser. Mas da direita.
    11.9.08
    A lógica de João Miranda:

    O Lutz é vulnerável a propaganda.
    Os provincianos são vulneráveis a propaganda.
    Logo Lutz é provinciano.

    Este gato tem cauda.
    Cães têm cauda.
    Logo este gato é um cão.

    Mas não tenho cauda: Em lado nenhum comentei ou reproduzi alegações sobre Sarah Palin que se revelaram posteriormente como falsas. Para aferir o (genuíno ou simulado) provincianismo de Palin bastou ouvir o seu discurso na convenção Republicana.
    9.9.08
    Uma verdade empolgante:



    Todos já fomos Michael Phelps!
    Surprise me!

    Certamente a "fala" ou "não fala" de Sócrates merece o mesmo escrutínio crítico como a da líder da oposição. Mas resta uma diferença fundamental. Como meio de avaliação do Primeiro Ministro temos, para além do seu discurso, a actuação governativa; para avaliar a candidata que nos quer convencer ser boa escolha para substituí-lo, não. Em seu lugar devíamos ter, mas ainda não temos, conhecimento do que ela pretende fazer diferente e melhor. É preciso que o diga.

    Só espero que estão em trabalho intenso, por enquanto ocultos da vista da comunicação social e dos cidadãos, os think-tanks do PSD, a elaborar as suas propostas e o seu programa. Se isso se verificar, confessar-me-ei surpreendido pela nova capacidade de discrição do PSD, e não levarei mal ter tido de aguardar. A ver, vamos.
    8.9.08
    Mais provincianismo

    O debate sobre o provincianismo é continuado, com muita qualidade, pelo João Galamba e Pedro Mexia. (Em vários posts.)
    7.9.08
    American Way - not so especial

    O Luis Jorge acha que, «ao rejeitar Palin por ser uma hockey mom provinciana e beata, a opinião pública europeia revela-nos um preconceito simétrico do que atinge as minorias raciais.»

    Falando de mim e não em nome da opinião pública europeia, vou explicar porquê o Luis não tem razão. De facto, não gosto do provincianismo, mas ao contrário do que o Luis afirma, o problema está apenas nas suas opiniões.

    Provinciano não é quem mora na província e partilha os seus valores, costumes, tradições. Provinciano é quem toma o seu estilo de vida, a forma de organização social e as regras da sua comunidade por universais. Identifico esta mentalidade, fruto de falta de experiência com estilos de vida diversos, mais frequentemente na província do que no mundo urbano. Resumindo, o meu “preconceito” contra a província consiste em achar que o valor da tolerância está nela em menor conta do que nas cidades. Menos em Wasilla ou na minha terra da infância, Brüggen, do que em Nova Iorque ou Berlim.
    Claro que não considero isso preconceito. Preconceito seria se identificasse qualquer pessoa oriunda da província como provinciana ou, para usar a analogia do Luis, qualquer turco muçulmano na Alemanha como fundamentalista islâmico. Mantenho contudo, mesmo perante o risco de ser chamado preconceituoso ou algo pior, que os fundamentalistas islâmicos encontram-se com mais frequência entre os turcos muçulmanos na Alemanha do que na população geral, e mantenho ainda que existe um nexo entre ser muçulmano e ser fundamentalista islâmico.

    Bom, isto é só uma parte da crítica do Luis. O que ele afirma, é que só nos EUA, e não na Europa, podem pessoas como Sarah Palin ou Barack Obama chegar aonde chegaram, graças a organização mais livre da representação política e a uma cultura que valoriza, acima de tudo, o sucesso. Para além de achar que o Luis está a exagerar na permeabilidade da sociedade americana – nem Senador Obama nem Governadora Palin são propriamente outsiders do "sistema" –, acho que está a extrapolar indevidamente o que pensa de Portugal para toda a Europa. Sem dúvida há diferenças, e na "velha" Europa as estruturas sociais poderão estar mais rígidas do que no outro lado de Atlântico, e admito que cá possa ser mais difícil para uma pessoa "diferente" chegar ao topo na política do que lá. Mas, bem visto, não tenho a certeza.
    É verdade que nos EUA chegaram a presidente pessoas de origem relativamente humilde como Lincoln, Truman ou Clinton, mas também há dinastias como os Roosevelt, Kennedy, e Bush. E na Europa chegaram ao poder Willy Brandt (filho ilegítimo de uma caixa de armazém), Joschka Fischer (sem curso superior e filho de um talhante, retornado húngaro), Gerhard Schröder (orfão de pai e cuja mãe o sustentou como trabalhadora agrícola, e que foi vendedor numa loja de retalho até aos 22 anos, até concluir, num curso nocturno, o liceu). E para não falar só da Alemanha, veja-se a biografia de Tony Blair ou de Sarkozy, todos pessoas que não fizeram as suas carreiras cumprindo um destino que lhes foi vaticinado no berço.
    E mesmo em Portugal um Cavaco Silva chegou ao Primeiro Ministro e Presidente de República.
    Não é assim tão impossível ter sucesso político na Europa, mesmo sem pedigree.
    Ou estará o Luis a falar de algo outro ainda, da excepcional originalidade de Palin e de Obama, que o "sistema" europeu nunca teria deixado passar? Eu não a vejo.
    6.9.08
    Tão bom não estar só!

    Se o presidente americano fosse eleito pelos europeus, sabe-se, Obama ganhava com esmagadora maioria, enquanto o seu adversário não suscita grandes entusiasmos, neste lado do Atlântico, nem à direita.
    Desde a convenção Republicana e a nomeação de Sarah Palin isto mudou, pelo menos para a direita portuguesa. Esta exulta ao rever-se no seu provinicianismo.
    Truth not tolerance (2)

    Quando comecei a assistir à campanha das presidencias americanas, a minha candidata era Hillary Clinton. Parecia-me uma escolha segura, que faria voltar o bom senso à Casa Branca, aliado de competência e coragem. E ainda com a mais valia de contar com o conselho do melhor presidente americano desde F.D. Roosevelt, o seu marido. Durante a campanha, perdeu bastante da minha simpatia, tão empenhada estava de fazer, em cada momento, a coisa tacticamente certa, que lhe faltou autênticidade.

    Vi McCain pela primeira vez no programa de Jon Stewart e gostei. Parecia-me um homem sério, com uma atitude "no bullshit" e com sentido de humor. Gostei, obviamente, a sua posição clara contra a tortura.

    Obama vi, pela primeira vez, num programa de Oprah, acompanhado pela mulher e os dois filhos, e apesar de outras coisas que lá disse e que subscrevo, relevou e irritou-me a historieta que o próprio contou, de como o senador ocupadissimo ainda arranja tempo para comprar, no caminho para casa, pizza para a família. Uau! Talvez seja inevitável aparecer com uma treta destas num programa da Oprah, mas lá está, o facto de o candidato ter entre os seus apoiantes de peso esta campeã da obscenidade, na categoria de exibicionismo moralista, deixou-me logo de dois pés atrás.
    Contudo, posteriormente aprendi algo mais sobre Obama e convenci-me que este não se limita a um fenómeno mediático. E a consulta mais pormenorizada das posições destes três candidatos revelou que me encontrava mais próximo de Obama do que de Hillary, e bastante longe de McCain.

    Em todo o caso, a sensação predominante foi de alívio. Com qualquer um dos três, a Casa Branca voltaria a ter um inquilino decente e responsável.

    Esta minha confiança, de que as coisas só podem melhorar na América, levou entretanto um grave abalo, depois de assistir a convenção Republicana. Bem sei que estas convenções, ainda mais nos EUA, são acontecimentos em que o maniqueismo, o simplismo e a demagogia predominam. Mas não tinha estado a espera que o proselitismo primário e a teimosa convicção da detentão da verdade única a dominassem tanto. No que respeita a tolerância e largueza de espírito, o Partido Republicano desta convenção em nada ficou atrás ao nosso PCP. Infelizmente para América e o mundo, pode contar com muito mais do que 8% de votos.
    5.9.08

    Cartaz visto na convenção Republicana. A julgar pela reportagem do SPIEGEL, não é um deslize isolado, mas bastante representativo do espírito da convenção.

    P.S.: Não é preciso saber alemão para apreciar esta bela série de fotos da convenção!
    3.9.08
    Da beleza:



    Prisão
    (imagem gamado aqui)
    O caso Pedroso

    «O dr. Paulo Pedroso foi alvo de um dos maiores assassinatos de carácter de que há memória. Foi exibido ao país como uma "presa" fácil num safari exótico. Sofreu, de imediato, a "presunção" de culpado numa absurda inversão dos princípios que aprendemos nas universidades de direito. Esse lance infeliz da administração da justiça custou-lhe quatro meses e meio de cadeia e um "julgamento" alarve na praça pública. Nem o seu próprio partido escapou à mesquinhez da segregação. Pedroso procurou a mesma justiça para minorar os efeitos de uma prisão preventiva absolutamente escandalosa. A justiça deu-lhe, aqui, razão e o Estado foi condenado numa indemnização. Parece que o mesmo Estado, através do Ministério Público, vai recorrer. É, também, um direito seu. Convinha - até porque o dinheiro para as "preventivas" e para as indemnizações é produto do contribuinte - que a justiça seja mais prudente, mais eficaz e, sobretudo, menos espectacular e tagarela. E que, ao abrigo da nova legislação sobre responsabilidade civil do Estado, sejam tiradas as devidas ilações de uma situação na qual o referido contribuinte não teve culpa alguma.»

    Nunca estive mais de acordo com o João Gonçalves como aqui. Uma passagem pelos blogues e pelas caixas de comentário mostra tristemente que um assassinado dificilmente ressuscita, mesmo que seja "apenas" o carácter.

    No atelier
    (Johann Heinrich Füssli)
    2.9.08

    Quando eu comecei a blogar há quase cinco anos, procurei, como é compreensível, a atenção e o diálogo com Lourenço e o Daniel, duas referências da arquitectosfera de então, para além de outros.
    E havia o O Céu sobre Lisboa, blogue de Pedro Ornelas, que não era especificamente sobre arquitectura, mas sobre algo mais valioso e mais essencial: a capacidade de ver.
    Pedro Ornelas morreu. Não o conheci pessoalmente, apenas troquei uns comentários com ele. Pouco me resta fazer excepto recomendar a visita ao seu blogue. Em sua homenagem, mas acreditem, a visita vale a pena, por si.

    (Soube da triste notícia de Ivan Nunes via Lourenço Cordeiro)
    1.9.08
    Terapia de fala

    Com resultados na Susana!

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