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12.9.08
Há aqui muita gente, como o Filipe, que regista, com a satisfação de quem vê confirmado um seu preconceito, a fixação dos comentadores da esquerda europeia na personagem de Sarah Palin. Como é possível, perguntam, que estes dizem tanto (mal) de uma personagem que há duas semanas não conheciam? De quem ainda hoje pouco se sabe e aquilo que se julga saber, já se revelou por vezes de fonte pouco fidedigna? Não é preciso arranjar uma ideia tão peregrina como uma suposta persistência do culto de personalidade na esquerda. A resposta é fácil. Não reagem à pessoa Sarah Palin, mas àquilo que ela representa. Tal como os milhões americanos que entretanto mudaram o seu sentido de voto, a seu favor! É triste quando as pessoas baseiam as suas escolhas políticas apenas em representações, e não em factos. Contudo, no caso, a ausência de factos é exclusivamente imputável a quem nomeou a candidata. E é preocupante não saber o suficiente da candidata para aferir a sua aptidão para o cargo que quer ocupar. Factos são indispensáveis, mas não menosprezo as representações. Têm consequências políticas, tanto mais quanto nelas se revêem os eleitores. Não tenho problemas em admitir que eu, sabendo tão pouco como outros de Sarah Palin, abomino o que ela representa e que foi magistralmente descrito aqui pelo Luís. Adenda: O Filipe vê confirmado, por este post, a sua ideia do culto da personalidade da esquerda. Só consigo explicar-me issso com que não leu bem o que escrevi: Não reagem à pessoa Sarah Palin, mas àquilo que ela representa. Tal como os milhões americanos que entretanto mudaram o seu sentido de voto, a seu favor! A imagem de Palin, a "hockey mom", não é muito diferente para as pessoas, gostem dela ou detestem-na. Mas a embirração da esquerda, ainda por cima da Europa, é absolutamente insignificante comparada com o sucesso que Palin faz junto do eleitorado Republicano. Este sucesso tem a sua origem em quê? - Nas suas propostas para a política nacional e internacional? No seu vasto currículo? - Pois não. Só resta a sua personagem, para a identificação. Para o culto, se o Filipe quiser. Mas da direita. |
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