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26.4.09
Não sou português nem católico. Sei que há quem ache que por isso não teria direito de comentar a canonização de Nuno Álvares Pereira. O que seria uma boa razão para fazer-lo. Mas a verdade é que sei demasiado pouco dele. Porém posso dizer que vejo a apropriação patriótica desta canonização com pouca simpatia ou paciência. Os méritos do Santo Condestável a parte, ainda não perdi, mesmo depois de anos, o meu espanto antropológico perante instituições como a Congregação dos Santos e o aparato burocrático com que esta "confirma cientificamente" - ao que consta até com recurso a médicos ateus! - as necessárias milagres. Esta pequena entrevista no DN dá um vislumbre do rigor e da minúcia com que a Santa Sé trata desta questão; e não me passa pela cabeça de duvidar deles. Não acredito em milagres, e menos ainda nos veredictos de burocracias eclesiásticas, da ICAR ou doutras; mas acredito em santos. Alguns são do calendário, outros professaram outras fés, e ainda outros foram ateus. Têm em comum que deram, através da sua vida e dos seus actos, testemunho de uma força e de uma humanidade que só pude advir da fé em algo maior do que a própria pessoa ou seus mais próximos. Para mim, agnóstico, eles são a prova, a única prova da existência de Deus. Irene Sendler, por exemplo. Há quem ache que a sua santidade depende de encontrar duas pessoas que graças a ela se livraram das úlceras ou de coisa semelhante. Eu não. |
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