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  • 19.7.07
    Fora do terreno comum

    Um comentário do MP-S ao meu post anterior e uma nota oportuna do PC no Mar Salgado, levam-me a considerar que fui curto no que ai escrevi.

    Uma das grandes mais-valias da blogosfera, em relação a opinião pública tradicional, é ser um espaço muito mais amplo do que esta, para tomar conhecimento de opiniões e sensibilidades diversas, e de debatê-las. Mesmo se a Comunicação Social portuguesa fosse menos atrofiada e condicionada pelo “regime” do que é - e não há dúvida que é -, ela não podia concorrer com a sua abrangência, que por vezes me pode chocar, mas que aprecio muito. Através dela aprendi o que pensam e como argumentam aqui, para além dos conservadores, liberais, socialistas e comunistas, que têm presença nos média tradicionais, os anárquicos, os fascistas, os nacionalistas, monárquicos e outros saudosistas dos bons velhos tempos, e os fundamentalistas religiosos e políticos da mais variada ordem.

    Claro que há blogues, e não poucos, que realmente não considero dignos de referência, dum link, ou de resposta. Mas outros acho. Apraz-me o facto de que existe um espaço discursivo, com o seu próprio civismo, as suas convenções não escritas, geralmente respeitadas mesmo se ocasionalmente violadas, que extravasa o terreno comum democrático.
    Faço contudo questão de não perder por isso de vista o que isto é, o terreno comum democrático: a base da nossa paz social, e de reparar em quando e quem se coloca fora dele.

    É o caso do João Gonçalves. Não sendo um fascista assumido, deixa cada vez mais claro que quando ataca o “regime”, não só despreza o pessoal político que o encarna, não só as suas estruturas subvertidas ou apodrecidas, não uma determinada falha na sua construção, mas a própria democracia representativa e, como agora se percebe, também as suas próprias leis.

    Isto é preciso notar. O homem está fora do terreno comum não só da democracia portuguesa, mas das suas leis. Se tivesse um projecto político alternativo, poderíamos chamá-lo um revolucionário. Não o tem. Só é um revoltado. Como também não propaga a resistência violenta, também não podemos chamá-lo terrorista. É só um inimigo do regime. O que quer dizer, para que não haja equívocos: um inimigo da Democracia e do Estado de Direito.

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