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  • 25.2.07
    "Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental!"

    Este é o terceiro post que faço acerca do post Geometria do desejo masculino, o que não deixa de ser, apesar de toda a discordância, sinal de apreço que admito de bom grado. Queria ainda comentar a sugestão do último parágrafo, muito pertinente, se as premissas estivessem certas: se não seria muito melhor satisfazer o desejo dos homens de corpos femininos perfeitos com bonecas artificiais do que com a cirurgia plástica nas mulheres, que é dolorosa, perigosa e porventura prejudicial pela saude.

    Pois seria. Mas a pergunta porque assim não é deveria dirigir-se, antes de mais, às mulheres que recorrem à cirurgia. À revelia de estudos socio-psicológicos, que desconheço, atrevo-me de constatar que o móbil para se submeter à faca não é a pressão directa dos homens, ou do homem em específico na sua vida a quem quer agradar, mas a pressão social, a submissão à concorrência com outras mulheres e a aceitação de critérios que muito bem podem ter origem nas preferências sexuais dos homens, mas que ninguem as obriga de fazê-los as suas. Não se pode assacar a pressão social de ter um corpo belo, que aliás já há muito se estendeu e se estende cada vez mais aos homens, ao machismo. A fixação no corpo, a necessidade de ser bonit@ para ter sucesso social, até profissional ou político (vide Ségolene) é universal e tem no meu entender menos a sua origem em exigências sexuais do que na cultura da negação da morte. É preciso ser bel@, porque é preciso ser jóvem e saudável.

    ...

    A estranha obsessão pela cirurgia plástica mereceu-me há relativamente pouco um post que se pode consultar aqui; e sobre a questão da beleza escrevi em tempos um pequeno conto no Lugar Comum, talvez um pouco beato: pelo menos uma leitora criticou-o citando Vinícius: Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental.

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