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27.3.04
Quando os Primeiros Homens comeram da árvore do conhecimento, não só descobriram o Bem e o Mal. Descobriram uma coisa ainda mais elementar: a Dúvida. Descobriram que as coisas podiam ser diferente.* Esta descoberta era tão terrível como a expulsão do Paraíso. Se calhar ela mesma era isso: a expulsão do Paraíso. E quem não queria voltar atrás? - Só que isso é impossível. Não há forma de eliminar a dúvida uma vez que ela se instalou. Suprimi-la, ignorá-la, por algum tempo. Mas jamais fazer desaparecê-la. Não existe caminho de volta. O Paraíso está atrás. Todos os caminhos, em frente. Carregando o seu castigo, isto é, o fardo da dúvida, do saber de alternativas, o Homem também carrega o que pode vir a ser a sua dignidade. Só quem tira a vista da costa, da terra firme das Verdades, em que, de qualquer maneira, jamais irá por pé, só quem vira a vista para frente, pode ambicionar a sua dignidade e tem direito à esperança incerta de - eventualmente - encontrar algo além. (* É essa a informação a que tenho acesso.) |
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