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28.1.11
Também eu sinto-me inibido de entrar num entusiasmo fácil com as revoltas no Egipto. Também eu não dou como adquirido - aqui muito menos do que na Tunísia - que aquilo que vem depois da queda do regime de Mubarak será melhor. Mas não posso deixar de acompanhar os que se manifestam com grande simpatia e desejar-lhes o melhor sucesso. Que a revolta se transforme numa revolução democrática bem sucedida. Desejo isso tendo em conta que revoluções são, mais vezes do que não, acontecimentos violentos e terríveis e, infelizmente, muitas vezes também seguidas de instabilidade e de novos regimes totalitários. Mas uma coisa é clara: O regime de Mubarak perdeu há muito a legitimidade, se uma vez a teve... É uma ditadura que se mantém no poder com a opressão sistemática das liberdades cívicas, com prisões de quem discorda publicamente e com recurso rotineira à violência policial e também à tortura. Se um movimento popular - e isso neste momento é um movimento popular - se ergue contra um regime assim, em nome da democracia (mesmo se fosse islâmica, algo que peço que Deus lhes poupe!), só o posso saudar. Durante 30 anos, Mubarak e o seu regime falharam em promover a democratização do Egipto. Pelo contrário, fizeram um percurso em direcção a cada vez mais opressão. Como deveria então proceder-se a mudança, se não com um levantamento popular? Ou achas, Filipe, que os egípcios deveriam esperar sentados até ao dia em que a liberdade cai do ceu? |
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