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30.11.09
No Blasfémias escrevem pessoas inteligentes e articuladas. Infelizmente falta àlguns a mais elementar honestidade intelectual. Haverá quem realmente não saiba a diferença entre espaço público e edifícios públicos. Não acredito que seja o caso de Helena Matos. Haverá outros que não queiram saber dela, cegados pela sua preocupação religiosa. Também não acredito que a Helena Matos seja desses. E há quem não tem escrupulos de equiparar o inequiparável, só poque lhe convém e porque acha que há sempre uns estúpidos que não topam a fraude. Adenda (nunca há pedagogia a mais): Vamos lá ver. O espaço público é o ponto de encontro de todos nós, os cidadãos, em que se afirmam as mais diversas ideias mediante as suas representações. Nos edifícios da Igreja Católica, da IURD, dos Hindu, do Islão, na publicidade da Triumph ou da McDonalds, nos cartazes dos partidos em campanha eleitoral, nas manifestações de professores descontentes ou dos adeptos do Benfica. É um dos grandes méritos da nossa sociedade pluralista que no seu espaço público qualquer um tem o direito de nele se exprimir como entender, dentro dos límites do civismo. Mas note-se, quem se afirma no espaço público fá-lo por sua conta e despesa, e em seu nome. Os edifícios são seus, os cartazes são seus, o cachecol é seu, e quem grita a palavra de órdem é a própria garganta. Em contraste, os edifícios públicos são do Estado. E o que representam e devem representar é o Estado. O Estado não deve, de forma discricionária, usar os seus edifícios para passar a mensagem da McDonalds, do Benfica, ou da Igreja Católica. Isso violava o dever de imparcialidade, de que o princípio constitucional da laicidade apenas é um importante caso especial. (Comentário neste post) |
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