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  • 8.11.08
    Racismo? Mas que racismo?

    O Paulo Pinto Mascarenhas encara «como completamente normal que um presidente negro seja eleito nos Estados Unidos», descartando este pequeno pormenor de que aquilo que devia ser não é o que é.
    Obama foi eleito, sim. Isto é obviamente um grande passo, mas não significa que o racismo acabou. Muito menos obriga a já não falar do racismo! Não justifica e não obriga - que descarada exigência! - a pôr uma pedra de silêncio sobre séculos de injustiças e humilhações que, aliás, também depois do 4 de Novembro não deixaram de ter consequências e, em muitos locais, continuidade.

    Exigir às vitimas de um passado ignóbil de esquecê-lo, virar a acusação do racismo contra as suas próprias vitimas, quando não se conformem com a tabuização da sua condição racial, do seu passado, do seu sofrimento, é cómodo, mas também hipócrita e de uma falta de respeito atróz.

    As piadas que o PPM defende no caso são, comparados com isto, um problema menor: são de mau gosto, sim. São no porque não têm o contexto inócuo que o Paulo nos quer fazer crer que existe. Não o seriam se o racismo fosse mesmo ultrapassado. Mas não é. E o Paulo Pinto Mascarenhas tem obrigação de sabê-lo.

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