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19.8.08
Uma caridosa ONG organizou - não percebo bem porquê - um casamento simultâneo de 50 casais afegães em Herat. Aqui a foto oficial das noivas no seu dia mais feliz da vida. Está bem a vista que, para elas, não o é. (A hipótese que os outros dias não foram nem serão melhores não é tão rebuscada, mas prefiro não encarar.) É conhecido que em muitas culturas muçulmanas tradicionais o casamento, para a noiva, é um dia de grande dor. É o dia em que é transferida da casa e do poder do seu pai para a casa e o poder do seu marido. Mantém-se a submissão, mudam os dominadores, e desaparece, para além do contacto com as pessoas que lhes estavam próximas e que em muitos casos raramente voltarão a ver, ainda o resto de liberdade que usufruíram na casa paternal, sob o estatuto de criança. Apoiei a invasão no Afeganistão, por causa da Al Quaida, não por achar que assim se pudesse libertar um país duma cultura que deixa pelo menos metade da sua população profundamente infeliz. Se uma guerra pudesse resolver isto, havia poucas que valeriam mais a pena. Mas o conselho cândido de Ann Coulter "Invade them, kill their leaders and convert them to christianity" já se provou impraticável ao mais estúpido dos habitantes do bible-belt e até da Casa Branca. Infelizmente é. Confesso que, ao ver uma foto como esta acima, compreendo o apelo do slogan, salvo a parte da "christianity", claro. (Notícia no DN de hoje, só na versão papel.) |
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