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11.8.08
Sobre se foi acertada a opção da polícia de abater os dois sequestradores do BES na quinta-feira passada, não arrisco veredicto. Falta-me o conhecimento, da situação em detalhe, e o conhecimento profissional para avaliar quando esta escolha passa a ser o mal menor. Admito que haja casos em que a decisão de matar sequestradores armados possa ser isso. Admito também um sentimento de alívio - ao menos os reféns foram salvos - e compreendo ainda um outro sentimento, embora o ache censurável, de satisfação, que ouvi abundantemente expresso: "Bem-feito, os tipos colheram o que semearam. Na próxima vez pensarão duas vezes!" - Vá lá, estes já não, mas outros... Compreendo-o e confesso-me estar dele não completamente livre. Como tele-espectador do drama escolhi um lado, obviamente não o dos vilões, e por um momento senti-me atraído pela forma eficaz e final e aparentemente simples com que o assunto foi terminado. Mais do que tudo, pela simplicidade. Frustrado pela experiência diária de que não há soluções simples no nosso mundo complicado, sou levado, por um momento irreflectido, a voltar a acreditar que não falta mais contra os males do mundo do que a coragem e a pontaria de John Wayne. Sem negar a necessidade que haja quem as tenha, coragem e pontaria, e o juízo de aplicá-las quando e só quando for preciso, espero de mim e de todos nós, que cairmos em nós e vermos o óbvio: A solução não foi simples e, antes de mais, não foi boa. A menos má, talvez. Ou nem isso. P.S.: Não sei se teve, como o JPT suspeita, relevância na satisfação dos que elogiaram o abatimento dos assaltantes o facto de estes serem brazileiros. Mas recomendo ler o seu post. |
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