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23.1.08
O caso do Papa na La Sapienza tocou, inesperadamente, nalgum nervo: de outra forma não consigo explicar-me que tantas pessoas, até umas de cujo juízo e boa fé normalmente não duvido, julgam estar perante um escândalo, um ataque vil contra a Igreja Católica e a liberdade de expressão dos crentes. Por isso vou tentar explicar com a maior simplicidade possível, porquê acho o incidente a todos os respeitos legítimo e banal, e a única coisa extraordinária o vendaval de indignação, que lhe se seguiu. 1. A direcção da La Sapienza convida o Papa para inaugurar o ano lectivo. - Má escolha, no meu entender, mas a direcção está no seu direito. 2. Um grupo de académicos desta universidade, liderado pelos físicos, manifesta-se contra este convite e exige que seja cancelado. - Tem razões compreensíveis para criticar a escolha, mas mesmo se não tivesse, tem o direito de contestar. 3. A direcção da La Sapienza mantém o convite. - Faz bem, por razões de coerência e educação, e, naturalmente, age com toda a legitimidade. 4. O Papa, perante a contestação, opta por declinar o convite. - Evidentemente, está no seu direito. Há quem ache que fez mal. Do ponto de vista do combate pela opinião pública, fez muitíssimo bem, para o que pretende. 5. Desconheço, em concreto, os eventuais planos dos contestatários de impedir ou perturbar o discurso do Papa na universidade por meios ilegítimos. - Como é evidente, consideraria ilegítimos meios ilegítimos. Caberia ao anfitrião, neste caso, tomar as medidas para assegurar que a contestação dentro do seu espaço se limite a meios legítimos. Cada um agiu dentro dos seus direitos. Os direitos de ninguém foram lesados. E é tudo. Simples, não é? |
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