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  • 19.12.07

    Pope Innocent X - study after Velasquez
    (Francis Bacon)

    Helena, confesso que não li o artigo de Milliner, comentei meramente a frase citada na Voz do Deserto. Gozei com ela pela sua ideia absurda de que a arte, mais ainda a "arte contemporânea" fosse uma instituição que tivesse poderes de determinar se a religião cabe nela ou não. Disparate aparentemente partilhado pelo Sr. Elkins que, como aprendi através da tua pesquisa, Milliner critica no seu artigo.
    Tenho um asco a pessoas que acham que devem e podem estabelecer cânones de que é arte.
    O David Luz já me chamou a atenção ao facto de não ser verdade que a arte contemporânea exclui as questões religiosas. Com razão: é hoje, como sempre foi, um dos melhores meios de abordá-las.
    Contudo, não conheço arte contemporânea que exprime "straightforward religiosity" e que me interessasse minimamente. Entendo sob "straightforward religiosity" aquela que apresenta respostas pré-confeccionadas. O que me parece até uma boa descrição do que fazem as religiões na sua essência.

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