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19.11.07
Lembrei-me hoje, ao ler as declarações do Sr. Correia da Fonseca, daquele espanto que exprimi no post Small World: «Tenho entre os meus amigos pessoas que considero decentes e intelectualmente honestas, embora que não partilham certas opiniões políticas comigo. Eles têm entre os seus amigos pessoas que consideram decentes e intelectualmente honestas, embora que não partilham certas opiniões políticas com eles. Pessoas que considero criminosos.» Eu tenho entre os meus amigos – não entre os mais próximos, mas naquele leque mais vasto ao que em Portugal se ainda aplica este termo, comunistas com tudo que vai com isso, ou seja membros do partido, convencidos da sua missão e superioridade moral da sua ideologia. De resto são pessoas muito simpáticas, afáveis e prestáveis. Mas por uma razão que me continua incompreensível, são capazes de chamar camarada uma pessoa como o tal Sr. Correia da Fonseca, que 18 anos após o fim deste monumento de vergonha que era o Muro de Berlim, continua a defendê-lo. Como «recurso possível», medida para impedir a «emigração ilegal». Que tem o descaradamento de criminalizar quem quis fazer uso da sua liberdade de movimento, quem tentou fugir de um território, porque não quer ser preso, ou ser impedido de exercer a sua profissão, e ver sabotado o futuro dos seus filhos, só por manifestar uma opinião divergente da dos governantes. Que, hipocritamente, quer equiparar a «emigração ilegal» à «imigração ilegal», como se fosse a mesma coisa fugir de um estado opressivo como invadir um território alheio. Para além de ser uma simples mentira, quando diz que "aquele não era o tempo da livre circulação através das fronteiras, como hoje acontece em grande parte da Europa: quem quisesse passar ilegalmente a fronteira entre a Itália e a Áustria, ou entre Portugal e Espanha, ou entre Espanha e França corria o risco de ser imediatamente alvejado a tiro". Pergunto-me por vezes, se faço bem em comentar estas afirmações asquerosas. Talvez seria melhor ignorar este tipo de gente, e esperar que desaparecem, por via biológica, o que está a acontecer, com o tempo. Mas, por outro lado, ainda são muitos, e mais ainda há que não se escandalizam, e entre estes, como disse, até pessoas que parecem decentes. É por estes que não me calo, enojado. Por estes é que manifesto o meu asco. Não vêem que o vosso camarada é um criminoso? E vocês, o que são? |
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