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  • 24.7.07
    Eficiência alemã

    O meu breve encontro blogosférico com Pedro Arroja lembrou-me um outro que tive, há muitos anos, como jovem turista de mochila, em Hyderabad, Índia. Já não me lembro de muitos pormenores, mas foi num café próximo da estação de comboio, onde travei conhecimento com um simpático senhor, um homem culto que falava um excelente inglês, e acabei por aceitar o seu convite de jantar em sua casa. Era um muçulmano bastante moderno, que me apresentou não só os seus filhos como também a sua mulher, antes de ficarmos, entre homens, a beber chá à espera da refeição.
    Confessou-me que a razão de me convidar foi, entre outro, a grande estima que tinha por Alemanha e os alemães: o rigor, a disciplina... e tantos grandes homens! Cientistas, estadistas... Hitler, por exemplo. Calculava que não seria fácil para mim assumir em público, no estrangeiro, o meu orgulho pelo Führer, mas aqui com ele, dizia, podia estar a vontade. Não havia aqui nenhum inglês. [Risos] Talvez Hitler terá ido um bocado longe de mais, mas no fundo, no fundo, o homem tinha razão. Pena é que – sem ofensa, digo isso a brincar [sorriso] - pena é que vocês os alemães, apesar da fama de tão eficientes, não terem conseguido levar esta tarefa até ao fim: acabar com os judeus de vez.

    Reunindo toda a minha coragem, disse o que achava do meu grande compatriota Hitler. Cedo, logo depois do jantar mais confrangedor da minha vida, saí da sua casa, deixando atrás um anfitrião defraudado, consternado e muito ofendido.

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