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  • 27.7.07
    Ainda uma nota sobre a questão do Museu Judaico de Berlim

    Num comentário do 24.7., o Vasco (?) da Memória Inventada chama atenção ao facto de que a minha postura não é necessariamente representativa da dos alemães em geral. Obviamente, só posso falar por mim e da ideia que tenho dos meus compatriotas.
    Mas adianto um dado histórico que reforça a minha tese:
    Em Dezembro 1970 o Chanceler Willy Brandt ajoelhou-se publicamente no gueto de Varsóvia, em reconhecimento dos crimes da Alemanha nazi. Este gesto, que lhe mereceu o Prémio Nobel da Paz, foi na altura muito polémico na Alemanha. Mas é um facto que Willy Brandt foi reeleito em 1972, com o melhor resultado na história do SPD.
    Como foi possível? No meu entender, porque aqueles alemães, que não tinham culpa nenhuma do Holocausto, podiam rever-se perfeitamente naquele gesto, e na pessoa que o fez. Como na altura notou o suiço Max Frisch, lembrando o currículo de Brandt como resistente anti-nazi:
    Ajoelha-se aqui alguém que disto não tem necessidade nenhuma, em lugar daqueles que têm necessidade, mas não o fazem.

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