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  • 7.5.07
    Madeleine: O dever público e a solidariedade privada

    Luis, acho bem que publique a imagem e faça o apelo. Como cidadão, tem todo o direito de escolher as causas e as pessoas que merecem o seu apoio. Mal fosse se passássemos a reprimir os nossos bons impulsos por considerações políticas. Porém, o que me deu que pensar e que me levou a fazer minhas as palavras de João Gonçalves, não foi a dúvida, que avança, sobre se no caso inverso houvesse semelhante apoio pela sociedade e pelas autoridades inglesas. Nem me ocorreu essa questão e acho bem que não me ocorreu. O que me ocorreu foi a pergunta se, em Portugal, o empenho na solução do caso fosse igual, se a criança raptada fosse portuguesa ou ucraniana. A resposta parece-me óbvia: Não. É esse o escândalo!
    Mas repito: Não há nenhuma contradição em empenhar-se, como o Luís louvavelmente faz, na ajuda de que o pesadelo desta família inglesa tenha um fim feliz, e indignar-se ao mesmo tempo com a forma discricionária, classista, senão racista, em que as autoridades públicas distribuem os seus esforços na solução de semelhantes casos.

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