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  • 25.5.07

    Judite e a criada
    (Artemisia Gentileschi)

    Encontrei esta artista, como muit@s outr@s, na minha pesquisa de playmates. Antes associava o nome Gentileschi com alguns quadros, mas não conseguia distinguir a Artemisia do seu igualmente famoso pai, Orazio.
    Artemisia pintou algumas vezes mulheres nuas - a obra mais conhecida é esta, porém depois de ler sobre a sua vida, parecia-me algo frívolo postá-la nesta categoria. Talvez um dia postarei uma, mas neste caso será uma em que a protagonista esteja vestida, para além de armada com uma longa faca.

    Agora a história da Artemisia.
    Era filha do pintor Orazio Gentileschi e teve a oportunidade de aprender o ofício desde muito pequeno no atelier do seu pai. Aos 19 anos, em 1612, foi lhe recusada a entrada na academia das artes de Florença, por ser mulher. O pai contratou então o seu colega Agostino Tassi para lhe dar aulas privadas.
    Nas aulas Tassi violou-a, e depois de ter fracassado o dispositivo habitual para sanar infortúnios desta natureza - casar Artemísia com Tassi - por recusa deste, Orazio recorreu à segunda melhor forma de resolver o problema, e apresentou queixa crime.
    Tassi negou tudo, e assim, para descobrir se a violação não foi inventada pela jovem, ela foi submetida, para além de exames ginecológicos, à tortura. Entalaram-lhe os dedos, mas ela aguentou e não revogou o seu testemunho.
    Assim acabou tudo bem e Tassi foi condenado a um ano de prisão.
    Acabou mesmo bem porque por sorte, apesar da mutilação dos dedos, Artemísia pôde continuar a pintar. Os quadros melhores e mais intensos da sua obra são, sabe-se-lá porquê, duas cenas bíblicas: Judite a decapitar Holofernes, e a judia Sisera a martelar um prego no crâneo do general canaanita Jael.

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