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15.3.07
Ler as duas páginas do DN sobre a criança de Penafiel foi uma experiência emocionante. Comecei com náusea, passei pela revolta para chegar à depressão. Quanto à exploração mediática da história, neste caso pela SIC, só há este comentário: Não consigo comer tanto como me apetece vomitar. Mas depois de ter-me aliviado um pouco, volto a olhar para a história em si: E o nojo dá lugar a revolta: Isto, porra, é miséria, em plena União Europeia! No plano material até terei, perante esta constatação, de dar ouvidos ao argumento dos “jornalistas” da SIC... - desculpem a interrupção, mas saiu-me outra golfada de vómito - ... de dar ouvidos ao argumento de que com a exibição da mãe na televisão sempre lhe proporcionaram a oportunidade de angariar 2680 € e, ao que consta, mobiliário da Moviflor. E quanto a mãe, aceito o argumento: Então ela não fez bem, não agiu no melhor interesse da família, e da criança reavida? Mas vê-se bem, e isso é o motivo para a minha tristeza, que a miséria não é só material. Não consigo alegrar-me pela criança, ao ver-la restituída a essa família. Não estou a propor que ela fique com a mãe raptora que, na melhor das hipóteses, é uma pessoa que não regula bem, e também não me deixa descansado a perspectiva que seja entregue a uma instituição de acolhimento, ainda menos depois do que tenho aprendido sobre estas nos últimos anos. Resta constatar que essa criança nasceu com azar. É assim, no Portugal de 2007, há quem realmente nasce na miséria, nasce para a miséria. Sem ou com mobiliário Moviflor. |
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