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  • 16.2.07

    De leitura obrigatória! De facto, é difícil compreender como quem vive em Israel consegue dormir à noite. E o sono dos que vivem noutras partes do mundo, mas se preocupam com a sua sobrevivência, não merece estar muito melhor. Ultrapassado o assalto de angústia, que a leitura deste artigo provoca, voltamos à pergunta: o que fazer?

    Parece que estamos remetidos à lógica do equilíbrio do terror da Guerra Fria. Que resultou, durante 40 anos. Mas não esqueci porque vivi nele - como habitante da principal warzone - tão desconfortavelmente: O equilíbrio do terror pressupõe um mínimo de racionalidade em ambos os lados. E se este pressuposto já é sempre de fraco fundamento, se pensamos em longos prazos, o que resta dele se olharmos para o actual presidente iraniano?

    Como o Irão ainda não tem a bomba atómica, há ainda tempo para um "preemptive strike". Aconselha-se? Falta-me know-how militar para avaliar a sua eventual eficácia, os seus riscos militares e os danos colaterais, que são de levar em conta. Mas é uma opção a considerar, se falamos de ataques cirúrgicos aos locais de produção e/ou armazenamento dos equipamentos militares nucleares. Porém nunca poderá ser uma solução a longo prazo. Pode adiar o problema por alguns anos, que voltará. E é verdade, bombas atómicas também podem-se comprar...

    Sobre a desadequação duma intervenção militar abrangente deve estar hoje, depois do desaire do Iraque, esclarecido até o crente mais tonto no poderio militar ocidental. Aliás, assentamos no débito pesado da política externa da Administração Bush, que o desaire do Iraque contribuiu muito para este actual problema com o Irão, que agradece a demonstração da referida desadequação bem como o reforço do seu espaço de manobra face a muito debilitada autoridade americana na política internacional.

    Voltamos então à opção política, que pode já não bastar para conter o perigo iminente, mas continua a ser, quão difícil sempre seja, ao longo prazo a única opção que realmente pode levar a uma solução. Daí, o que não devemos perder de vista, indepedentemente de como se responde à ameaça iminente, é a pergunta: o que podemos fazer para fomentar que no Irão prevalecerá a racionalidade, o respeito pelos direitos humanos e pela paz? Tendo em atenção que o Irão é, para além de uma cultura rica de história milenar, uma sociedade com um nível de educação elvado, e uma democracia...

    Há ainda uma lição importante desta crise, que não devemos ignorar: Não é o problema palestinianiano a fonte desta actual maior ameaça à existência de Israel! É antisemitismo puro e duro.

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