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  • 15.1.07
    Indescritivelmente feminino



    Estava grávida, estava de vómitos,
    Não o queria, não perguntes nem sequer!
    Como comprimidos, e já agora, homem, pá!
    Não me arranjo pequenos putos, pá.

    Porquê hei de cumprir o meu dever de mulher?
    Para quem? Para eles? Para ti? Para mim?
    Não me apetece cumprir o meu dever!
    Não para ti, não para mim,
    Não tenho dever!

    Quando acabou, estava de vómitos
    Finalmente, é hora para mandar vir.
    Como comprimidos, e já agora, homem, pá!
    Não me arranjo pequenos putos, pá.

    Porquê hei de cumprir o meu dever de mulher?
    Para quem? Para eles? Para ti? Para mim?
    Não me apetece cumprir o meu dever!
    Não para ti, não para mim,
    Não tenho dever!

    Marlene tinha outros planos,
    Simone de Beauvoir disse: “Deus previna!”
    E antes do primeiro chorar de bebé
    Hei primeiro de libertar-me a mim.
    E de momento sinto-me
    Indescritivelmente feminino!

    Porquê hei de cumprir o meu dever de mulher?
    Para quem? Para eles? Para ti? Para mim?
    Não me apetece cumprir o meu dever!
    Não para ti, não para mim,
    Não tenho dever!

    Marlene tinha outros planos,
    Simone de Beauvoir disse: “Deus previna!”
    E antes do primeiro chorar de bébé
    Hei primeiro de libertar-me a mim.
    E de momento sinto-me
    Indescritivelmente feminino - FEMININO!

    Nina Hagen, 1978

    (Para a Zazie)

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