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27.11.06
Quem não experimentou já uma vez a alegria, a êxtase, ao sentir como uma ideia de repente leva coisas diversas e aparentemente desconexas a encaixar e fazer sentido, como um cristal que começa a crescer a partir do nada e impõe, por uma força intrínseca e inesperada, ordem e beleza onde momentos antes só houve uma massa amorfa e sem sentido... A atracção dessa relação milagrosa e misteriosa entre beleza e verdade, que se faz sentir a cada um de nós que tem gosto em pensar, a cada devoto dessa nobre paixão pelo raciocínio e pela verdade -, essa atracção têm movido muitos dos homens que hoje constam nos nossos livros da história. E a mesma beleza que alimenta o entusiasmo e a determinação destes portadores da verdade, (duma verdade abrangente, que resolve todos os problemas, se não na perfeição, sempre da melhor forma possível) leva os a ignorar e suprimir tudo que surge a relativizar e conspurcá-la. E muito naturalmente procuram uma oportunidade, um terreno onde podem aplicar a sua verdade bela, em condições que permitem o seu sucesso. Não afligidos por dúvidas da sua missão, sentem-se legitimados pelos antecipados benefícios futuros de fazer, se for necessário, vista um pouco grossa na preparação deste terreno. Assim fizeram Lenine ou Pol Pot, que não hesitaram em assumir a responsabilidade directa na aragem do campo. Outros, mais escrupulosos ou impedidos pelas circunstâncias, como Friedman, deixaram, embora tão determinados to go the whole way como os outros, a tarefa do arranque das ervas daninhas a quem tinha para isso mais gosto e vocação. Etiquetas: moral |
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