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  • 13.12.05
    Demagogia

    Houve quem se indignou com esta pergunta e a classificou como totalitária ou demagógica. Tratando-se duma pergunta, só vejo estas duas possibilidades que ela assim seja:

    - ou contém uma afirmação implícita
    - ou obriga a escolher entre alternativas falsas ou indevidamente limitadas

    Convido os seus críticos a demonstrar ou uma ou outra coisa, ou apresentar outra razão por mim não identificada.

    O ON, na sua crítica no Prozacland, defendeu a segunda opção: disse que a pergunta não deixava alternativas na resposta, devido ao contexto social em que está a ser colocada. Em concreto: o universo dos leitores do Quase em Português.

    Bem, até hoje não me tendo tomado por uma pessoa poderosa, nem como bloguista, devia lamentar que o QeP tenha uma atmosfera tão inibidora que ningém se atreva a responder sim, mesmo se o acha. Mas obviamente, não acredito que seja a atmosfera do QeP que o inibe, mas a atmosfera no espaço público em geral. Deixem me adivinhar como se classificaria esta atmosfera: politicamente correcto.

    Acho que não há nenhuma melhor forma de defender-se contra esta atmosfera, do que (para além de denunciá-la) ignorá-la e apesar dela afirmar as suas convicções. Ainda não chegámos, creio eu, ao ponto de que as pessoas que o fazem serem socialmente ostracisados ou até submetidos a tratos ainda piores. Nem de despedimentos, nem de prisões com ou sem enquadramente jurídico tenho conhecimento.
    O que lhes é exigido, ou, voltando ao nosso pequeno Quase em Português, o que eu lhes peço, é que assumam o que acham e que o fundamentam.
    Não vejo porque não seriam possíveis as três repostas:

    - sim,
    - não, e
    - sim, mas*

    O que a pergunta pela sua própria existência efectivamente pretende impedir, é que a resposta seja não falaremos disso, a que se dá e recomenda tanto na prática.

    A quem insiste nela, de facto, atribuo motivos menos honrosos.


    * Ms Rice, que está confrontada com a questão de forma um pouco mais directa do que só como eleitora hipotética ainda conseguiu responder com não, mas. Uma resposta com que não tinha contado: Não devemos torturar, mas sim asfixiar, privar de sono etc.

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