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  • 14.9.05
    Der Untergang der Titanic

    ZWEITER GESANG

    Der Aufprall war federleicht. Der erste Funkspruch:

    00.15 Uhr. Mayday. An alle. Position 41º 46º Nord
    50º 14’ West. Fabelhaft dieser Marconi!
    Ein Ticken im Kopf, in der Muschel, drahtlos
    un fern, so fern – ferner als ein halbers Jahrhundert!
    Keine Sirenen, Keine Alarmglocken, nur
    ein diskretes Klopfen an der Kabinentür,
    ein Hüsteln im Rauchsalon. Während unten
    das Wasser steigt, bindet der Steward
    einem ächzenden älteren Herrn, Werkzugmaschinen
    und Metallurgie, auf dem D-Deck die Schnürsenkel zu.
    Nur Mut! Nur keine Müdigkeit, meine Damen,
    Galopp! ruft der Gymnastiklehrer, Mr. McCawley,
    tiptop wie immer in seinem beigen Flanellanzug,
    durch die getäfelte Turnhalle. Lautlos schaukeln
    die mechanischen Dromedare auf und ab.
    Niemand ahnt, daß der Unermüdliche magenkrank ist,
    daß er nicht schwimmen kann, daß er sich fürchtet.
    John Jacob Astor hingegen schlitzt mit der Nagelfeile
    einen Rettungsring auf und zeigt seiner Frau,
    einer geborenen Connaught, was drin ist
    (vermutlich Kork), während in den Laderaum vorn
    armdick das Wasser strömt, eisig
    unter den Postsäcken gurgelt, in den Kombüsen
    sickert.

    Wigl wagl wak, spielt die Band
    in schneeeweißer Uniform,
    my monkey:
    ein Potpourri aus der «Dollarprinzessin».
    Auf ins Metropol! Berlin wie es leibt und lacht!
    Nur ganz unten, wo man, wie immer, zuerst kapiert,
    werden Bündel, Babies, weinrote Inletts
    hastig zusammengerafft. Das Zwischendeck
    versteht kein Englisch, kein Deutsch, nur eines
    braucht ihm kein Mensch zu erklären:
    daß die Erste Klasse zuerst drankommt,
    daß es nie genung Milch und nie genug Schuhe
    und nie genug Rettungsbote für alle gibt.

    ________


    O afundamento da Titanic

    SEGUNDO CÂNTICO

    O embate foi levissimo. A primeira mensagem rádio:
    00h15. Mayday. À todos. Posição 41º 46’ Norte 50º
    14’ Oueste
    . Fantástico, este Marconi!
    Um tique-taque na cabeça, no auricular, sem fios
    e distante, tão distante – mais distante do que meio século!
    Nenhumas sereias, nenhuma campainha de alarme, só
    um bater discreto na porta da cabina,
    uma tossidela no salão de fumo. Enquanto em baixo
    a água sobe, um steward ata
    a um senhor idoso ofegante, máquinaria de ferragens
    e metalurgia, no Convés D os laços dos sapatos.
    Corágem! Não vale cansaço, minhas Senhoras,
    galope! chama o professor da ginástica, Mr. McCawley,
    impecável como sempre no seu fato de flanel cor de creme,
    através do ginásio. Inaudível abanam
    os dromedares mecánicos para cima e para baixo.
    Ninguém calcula, que o incansável sofre de estómago,
    que não sabe nadar e que tem medo.
    John Jacob Astor por sua vez abre, com a sua lima-unhas,
    uma boia de salva-vidas e mostra a sua mulher,
    uma nascida Connaught, o que está lá dentro
    (presumivelmente cortiça), enquanto no porão em frente
    a água entra em jactos grossos, gelada,
    gargareja debaixo de sacos de correio, se infiltra
    nas cozinhas. Wigl wagl wak, toca a banda
    em fardas brancas como neve, my monkey:
    Um potpourri da «Dollarprinzessin».
    Venham ao Metropol! Berlim como vive e rí!
    Só mesmo em baixo, onde se percebe, como sempre, primeiro,
    junta-se apressadamente haveres, bébés,
    inlets cor de vinho. A entrecoberta
    não percebe inglês, nem alemão, mas uma coisa
    ninguém lha precisa de explicar:
    que a Primeira Classe vem sempre primeiro,
    que nunca há leite suficiente, que nunca há sapatos
    e barcos salva-vida para todos.

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