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  • 27.5.05
    Fischer critica postura frouxa da UE perante as violações dos direitos humanos em Cuba

    A notícia lê-se no Fumaças.

    Sempre gostei do gajo.
    Nasceu 1948 como filho dum talhante, retornado 1946 da Hungria onde pertencia a minoria alemã. Abandonou a escola no décimo ano sem exame final. Começou uma formação profissional de fotógrafo, que abandonou pouco depois. Aos dezoito anos passa um ano a viajar: Inglaterra, França, Espanha, Itália, Grécia, Turquia e até Kuwait.
    Depois da morte do pai e da irmã, em 1967, casa em Gretna Green com a sua namorada, ainda uma menor.
    Muda-se para Frankfurt, onde vive de empregos ocasionais e atende cursos de Adorno, Habermas e Negt, e estuda Marx, Hegel e Mao. Integra num grupo que se chama "Revolutionärer Kampf" ("Luta Revolucionária"), e destaca-se nas batalhas da rua com a polícia, que lhe merecem uns dias de prisão na celebre cadeia Stuttgart Stammheim. Ao lado do seu amigo Daniel Cohn-Bendit, passa rapidamente a uma das figuras de proa da luta estudantil em Frankfurt.
    Emprega-se na Opel em Rüsselsheim, mas é logo despedido quando o patrão percebe que está a mobilizar os operários para luta revolucionária.
    Em 1976 faz o curso de taxista, profissão que exerce até 1981.
    É o "Outono Alemão", com os seus assassinatos políticos, o rapto e posterior assassinato do presidente da associação do patronato Hanns Martin Schleyer, e o desvio do avião Landshut, pela "Rote Armee Fraktion" em 1977, que o leva, como ele próprio diz, a afastar-se da esquerda radical.
    Em 1982 entra nos Verdes, um novo partido que é constituido tanto por ex-militantes da revolta estudantil como por grupos ecologistas de origem conservador.
    Um ano depois, em 1983, os Verdes conseguem ultrapassar a barreira dos 5% dos votos e entram pela primeira vez no Bundestag; Fischer é deputado.
    Em 1985 passa a ser o primeiro ministro verde, o Ministro do Ambiente no estado federal de Hessen, onde se apresenta, para o escandalo duns e o gozo de outros, ao juramento solene em ténis e sem gravata.
    Já é, ao lado de Otto Schily (hoje ministro do Interior do governo Schröder), a figura mais notória da ala direita dos Verdes, dos "Realos".
    Entre 1985 e 1994 Fischer consegue levar o seu partido (já sem Otto Schily, que em 1989 se mudou para o SPD) a assumir-se claramente como um partido pro-regime, e assim elegível como parceiro da coligação do SPD também ao nível nacional. Em 1992 publica um livro intitulado "A equerda depois do socialismo".
    Durante estes anos, o ex-street-fighter ganha bastante peso que leva-o também neste domínio a concorrer sériamente com Helmut Kohl, com quem partilha o gosto pela culinária. Mas em 1996, depois do seu terceiro divórcio, muda de vida e transforma-se num maratonista, levando adiante uma vida frugal e ascética.
    Contra a resistência do seu partido, que frequentemente desaprova maioritariamente as suas posições, mas está consciente das sua grande popularidade para além do seu eleitorado, assume a defesa da participação de tropas alemãs na intervenção internacional na Bósnia e apoia o alargamento da NATO para a leste.
    Quando em 1998 o SPD e os Verdes ganham as eleições nacionais, e terminam a era Kohl, Fischer é a escolha natural para o cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros da Alemanha, como qual ganha rapidamente o respeito dos seus colegas e até adversários, como Jack Straw e Colin Powell.
    Na Alemanha é, desde então, já novamente também fisicamente um peso pesado, constantemente e por larga margem o político mais popular.

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