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  • 8.5.05
    Der Zusammenbruch

    O colapso. Era este o termo que a geração dos meus avôs usava para denominar o fim do Terceiro Reich. Não: a libertação.
    Para muitos europeus, em que se incluam os alemães ocidentais, foi a libertação. Para muitos outros não. Embora ser verdade que em qualquer caso, até no pior, o que veio a seguir era muito melhor do que a guerra, e muito melhor do que continuar a viver sob o poder nazi.

    A libertação para os alemães não veio para todos, e não veio imediatamente. Ainda estava em curso ou para vir: A limpeza étnica, a deslocação de 14 milhões de civís alemães, dos antigos territórios do leste - outros dois milhões não a sobreviveram - as violações em massa de mulheres alemãs, no minimo dois milhões. E a fome. Durante os próximos três anos, Alemanha vivia sob o governo dos aliados, o que restava da indústria foi desmontado e enviado como pagamento (obviamente insuficiente) de reparações para os paises vencedores. A economia estava parada, e quem dependia só da alimentação racionada distribuida oficialmente, morria de fome, o que aconteceu a mais uns três ou quatro milhões pessoas, principalmente idosos que viviam nas cidades. (Só quem tinha algo para trocar para comida, ou que tinha relações familiares ou amigáveis com agricultores safava-se.)
    Muitos que foram feitos prisioneiros de guerra e levados para os campos da URSS, nunca mais voltaram.

    Os alemães ocidentais tiveram a sorte que se avizinhava a Guerra Fria, e que por isso em 1946 os americanos abandonaram o Plano Morgenthau, que visava transformar Alemanha num estado rural, com uma população sem formação superior, para que nunca mais constituisse uma ameaça para o mundo. Em vez disto, Alemanha (ocidental) foi integrado no Plano Marshall, que pretendeu e conseguiu a rapida reconstrução dos paises da Europa ocidental, animar e fortalecer a suas economias, para que pudessem fazer frente à ameaça comunista.

    Na Alemanha oriental o 8. de Maio foi sempre chamado dia da libertação, e não - ou pouco - o foi. Na Alemanha ocidental, que ganhou a sua soberania (vigiada) em 1949, o termo se justifica pelo menos à partir desta data, mas durou 40 anos, até ao 8 de Maio 1985, que um presidente da RFA pôde reconhecê-lo oficialmente. É compreensível que a geração que (sobre)viveu a libertação, tem dificuldade de lembrar-se dela com gratidão, pelo que tiveram ainda de sofrer, embora quase todos reconhecem pelo menos o alívio que o "Zusammenbruch" facultou.
    Quanto às gerações posteriores, como a minha, mesmo entre nós os alemães, é bem claro: graças a Deus, que a nossa Alemanha foi derrotada de forma tão contundente!

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