19.5.05
No seu comentário ao meu post de ontem, o João Tunes explica de forma excelente as razões históricas e sociais do facto que me intriga. Agradeço sinceramente. Em complemento, o Miguel Silva deu me, por e-mail, alguns valiosos esclarecimentos. Porque embora que relacionei no meu post a minha intriga com a percentagem de votos que o PC ainda alcança, ela incide, na verdade, mais sobre os votantes e militantes do PC que conheço pessoalmente, e que não são perdedores sociais. São professores, funcionários públicos, profissionais liberais. É aqui onde aplica o argumento que o Miguel adianta: A família, a pertença. Sabem-se eles próprios, os familiares, os amigos comunistas, boas pessoas, generosas, que deram muito e continuam dispostos a dar para uma "boa causa". Percebo que este sentimento pesa muito, e que a experiência humana real ofusca informações que se lêem em livros e jornais, de que se fala na TV. Porém, mas isso talvéz tem a ver com o meu individualismo empedernido, continuo a não perceber como alguém formado e com gosto pela liberdade consegue subordinar-se a "democracia" interna do Partido. (O Miguel diz-me com razão, que a democracia interna dos outros partidos também tem muito que se lhe diga, o que seguramente é verdade, mas não melhora o caso.) Mas o que queria dizer ao João, é, vendo esta nossa troca de posts, que há muito pouco que nos separa em termos de análise e até na avaliação; só uma embirração, mútua, da sua parte sobre alguém que se permitiu um talvéz arrogante e leviano encolher de ombros perante os votantes comunistas, e da minha parte sobre quem chamou o meu estatuto de imigrante para o caso. Proponho que passemos adiante: Mal de nós se deixássemos as nossas embirrações suplantar o que nos une. |
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