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14.4.05
No Metro meio vazio, Domingo ao meio-dia. - Senta-te ali! A menina negra, com talvez nove anos, senta-se à minha frente. A sua mãe, com as compras, fica no outro lado do corredor. É uma criança muito bonita, num vestido de bombazina preta, camisola de gola alta e colãs azul céu. As suas tranças compridas são dobradas para formarem laços. Podia contemplar os olhos grandes e a boca de beijo com prazer descontraido, se não fossem os lábios maquilhados. Com bom gosto, diga-se, com muito bom gosto: num castanho alaranjado que identifico só à segunda vista como não natural, e que cria um contraste discreto, mas irresistível, com a sua tez escura. Por causa dos lábios pintados desvio a vista, mas volto a olhar de novo, furtivamente, num impulso, que, devido ao baton, já não é inocente. |
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