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  • 12.4.05
    Muito boa conversa!

    Não por ter referido e criticado o meu post anticlerical, mas pela excelente série de posts sobre a religião, sobre Buchenwald e sobre Dietrich Bonhoeffer, vale muito a pena visitar o blogue 2 Dedos de Conversa!

    No 9. de Abril 1945, há 60 anos, Dietrich Bonhoeffer foi assassinado pelos Nazi. Em homenagem atrasada, posto este poema, que escreveu na prisão:

    Wer bin ich?


    Wer bin ich? Sie sagen mir oft,
    ich träte aus meiner Zelle
    gelassen und heiter und fest
    wie ein Gutsherr aus seinem Schloß.

    Wer bin ich? Sie sagen mir oft,
    ich spräche mit meinen Bewachern
    frei und freundlich und klar,
    als hätte ich zu gebieten.

    Wer bin ich? Sie sagen mir auch,
    ich trüge die Tage des Unglücks
    gleichmütig, lächelnd und stolz,
    wie einer, der Siegen gewohnt ist.

    Bin ich das wirklich, was andere von mir sagen?
    Oder bin ich nur das, was ich selbst von mir weiß?
    Unruhig, sehnsüchtig, krank, wie ein Vogel im Käfig,
    ringend nach Lebensatem, als würgte mir einer die Kehle,
    hungernd nach Farben, nach Blumen, nach Vogelstimmen,
    dürstend nach guten Worten, nach menschlicher Nähe,
    zitternd vor Zorn über Willkür und kleinlichste Kränkung,
    umgetrieben vom Warten auf große Dinge,
    ohnmächtig bangend um Freunde in endloser Ferne,
    müde und leer zum Beten, zum Denken, zum Schaffen,
    matt und bereit, von allem Abschied zu nehmen?

    Wer bin ich? Der oder jener?
    Bin ich denn heute dieser und morgen ein andrer?
    Bin ich beides zugleich? Vor Menschen ein Heuchler
    und vor mir selbst ein verächtlich wehleidiger Schwächling?
    Oder gleicht, was in mir noch ist, dem geschlagenen Heer,
    das in Unordnung weicht vor schon gewonnenem Sieg?

    Wer bin ich? Einsames Fragen treibt mit mir Spott.
    Wer ich auch bin, Du kennst mich, Dein bin ich, o Gott!

    _____________________

    Quem sou eu?

    Quem sou eu? Dizem-me muitas vezes,
    que saio da minha cela
    calmo e bem-disposto e seguro
    como o conde do seu palácio.

    Quem sou eu? Dizem-me muitas vezes,
    que falava com os meus guardas
    de forma livre e simpática e clara
    como se fosse eu quem manda.

    Quem sou eu? Dizem-me também,
    que carregava os dias da desgraça
    impassível, sorridente e orgulhoso,
    como um que está habituado a vencer.

    Sou eu isso mesmo, o que outros dizem de mim?
    Ou só sou o que eu próprio sei de mim?
    Irrequieto, saudoso, doente, como um pássaro na gaiola,
    lutando pelo sopro da vida, como se algo me estrangulasse,
    faminto de cores, de flores, de vozes de pássaros,
    sedento de palavras boas, de proximidade humana,
    tremendo de ira sobre arrogância e ofensa mesquinha,
    atormentado pelo esperar por coisas grandes,
    impotente na angústia pelos amigos infintamente distantes,
    cansado e vazio para rezar, para pensar, para criar,
    abatido e disposto de despedir-me de tudo?

    Quem sou eu? Este ou aquele?
    Então sou hoje este e amanhã outro?
    Sou os dois ao mesmo tempo? Perante os homens um fingidor
    e perante de mim próprio um fraco, desprezível e queixoso?
    Ou assemelha-se, o que ainda está dentro de mim, do exército derrotado,
    que cede em desordem perante a vitória já alcançada?

    Quem sou eu? Perguntas solitárias fazem troço de mim.
    Quem sempre serei, Tu me conheçes, Teu sou, oh Deus!

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