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  • 8.4.05
    Injustiças

    Quando vi o famoso documentário The wonderful, horrible life of Leni Riefenstahl, de Ray Muller, fiquei muito impressionado pela energia, pela coragem e pela força de vontade da realizadora. Proscrita e impedida de fazer filmes, e sem grandes meios económicos, encontrou forma de continuar a trabalhar como artista, entre outro na África, e comecou aos 70 anos a fazer fotografia subaquática. Para poder aprender mergulhar, teve de falsificar a sua idade no BI para os 50.
    Não se pode negar que a sua própria vida foi um triunfo da vontade. Embora que também sobre a sua consciência, como Jens Jessen muito bem diz.

    Até ao fim Riefenstahl sentia-se muito injustiçada pelo castigo "McCarthyista", que sofreu depois da guerra. Não lhe ocorreu comparar essa injustiça àquela que aconteceu aos seus comparsas ciganos, mas antes - aqui admito que especulo - ao destino dum outro alemão, contemporáneo seu, que também tinha uma paixão e uma vontade indomável. Que também não se interessava pela política a não ser que ela lhe fosse útil para ajudar à realização dos seus projectos.
    Não foram umas dúzias de ciganos, foram milhares de trabalhadores forçados, presos de campos de concentração, que pereceram nas condições mortíferas e nos bombardeamentos dos Aliados das fábricas de Peenemünde, onde construia os misseis V1 e V2. Para não falar dos habitantes civis de Londres, que eram os seus alvos.
    Wernher von Braun sempre alegou, o que é absolutamente credível, que não era o Endsieg, que o fez correr, mas a sua obsessão com os foguetões, o sonho de viagens no espaço.
    A carreira pós-guerra do pai do Saturn V, que levou os americanos à Lua, e de outros foguetões, que transportam ogivas nucleares, é conhecida. Não foi marcada pela ostracisão.

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