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  • 14.2.05

    Ontem vi a exposição de Rebecca Horn no CCB.
    Já não me lembro quando a última vez saí duma exposição tão feliz. Tão deslumbrado e inspirado.
    Feliz, apesar de que os seus desenhos, os instrumentos, as próteses, as máquinas, não têm nada do charme inofensivo que as obras de Tinguely por vezes têm. Realmente, os aparelhos em movimento recordaram-me a Colónia Penal de Kafka. Não por ser referido directamente em várias obras, lembrar Kafka é muito acertado para falar desta obra: Delicada e precisa. Poética, mas implacável. Cheia de graça de bailerina, para poder aguentar a total ausência da outra Graça. A ausência da Graça é o som, o sabor que tudo atravessa. Ou não? De onde é que vem então aquele consolo que ela nos dá? (Do mesmo lugar, de onde o consolo vem, que nos oferece a leitura de Kafka.)

    O meu filho de cinco anos, com quem visitei a exposição, inspeccionou tudo com grande interesse. Quando disse, depois de uma hora e meia, «Vamos embora, comer um gelado», ele não quis ir: «Quero ficar aqui!».
    Talvez devia ficar preocupado...

    Por fim, um elogio ao CCB: Esta retrospectiva abrangente e bem-feita mostra a qualidade dos seus espaços, se forem aproveitados por uma exposição à sua altura.

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