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  • 13.2.05
    Dresden, 13 de Fevereiro 1945: Moral bombing

    Hoje é o 60º aniversário do bombardeamento de Dresden, da noite em que morreram entre 25.000 e 40.000 pessoas, quase todos civis. Na cidade, que antes da guerra tinha uma população de 630.000, não se encontravam tropas, mas nesta altura ainda ca. de 200.000 fugitivos dos territórios do leste.

    Há muito estava claro, que os bomardeamentos das cidades alemãs não traziam nenhuma vantagem estratégica, ou seja directamente militar. Marechal Arthur Harris, o comandante da Royal Airforce, sabia isso e que as fábricas, as estações e as linhas de comboio não puderam ser atingidas de uma forma relevante, e já tinha adaptada a sua estratégia a essa conclusão.

    O que ele idealizara para a campanha aerea britânica contra Alemanha foi o que chamou "moral bombing", e baseava-se na crença que um sofrimento suficientemente grande infligido à população civil demoralizava esta de tal maneira que ela se levantasse contra o regime nazi e terminasse a guerra. (Uma ideia que fracassou completamente, por um lado porque a população civil - se as uma vez tinha - na altura da guerra não tinha condições de levantar-se contra o regime, e por outro lado porque o resultado psicológico era o contrário: Graças ao moral bombing a última criança percebeu sem sombra de dúvida, que o inimigo era um inimigo cruel, inhumano e mau, que não lhe deixava alternativa, senão resitir até a morte.)

    Harris criou gabinetes de investigação que estudaram já desde 1940 cientificamente a melhor forma de matar um número máximo de pessoas nas cidades alemãs. O resultado era a descoberta de que se devia concentrar-se no uso de bombas incendiárias, e na sua distribuição calculada nas cidades alvo, no espaço e no tempo, tendo em conta em cada caso as suas especificidades urbanísticas e construtivas, para provocar o famingerado "firestorm".
    O "firestorm", pela primeira vez conseguido no raide de Hamburgo no verão de 1943, é o resultado da junção de vários focos de incêndio, que cria uma coluna ar quente que sobe com tanta força, que suga o ar fresco da envolvente, provocando uma tempestade de todos os lados com velocidades acima de 200km/h, que não só impede o afastamento de qualquer pessoa do centro do fogo como leva mais material combustivel para lá. Outro efeito é a combustão de todo o oxigénio respirável, a geração de gases mortiferos como monóxido de carbono, o que assegura a morte, se isso não fôr conseguido pelas temperaturas elevadas durante várias horas, das pessoas nos abrigos e nas caves dos edifícios.

    Embora que ainda há poucos anos lhe foi erguido um monumento em Londres, não tenho dúvidas que Harris é um criminoso de guerra. E na apreciação moral, que fazemos de Churchill, devemos também perguntar porque permitiu ao seu comandante da força aerea esta guerra sistemática contra civís.

    Por fim uma nota de redacção:
    Hoje é o dia 13 de Fevereiro de 2005. Hoje quero falar sobre o bombardeamento de Dresden. Sobre a sua impossível justificação. Não vou hoje falar sobre os crimes de alemães, dos Nazi. Também não vou falar hoje sobre se alguns Neonazi tentam aproveitar a memória deste crime para desculpar outros.
    Hoje falo sobre Dresden, um crime indesculpável.
    Amanhã voltarei a falar sobre outros crimes, como já falei antes.

    P.S.:
    Mudei o link para informações sobre o bombardeamento de Dresden (em cima, no post) para um artigo da Wikipedia em língua inglesa, que entretanto encontrei.

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