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27.1.05
«É célebre a máxima de Adorno: "Depois de Auschwitz não é mais possível escrever poesia." [...] E, contudo, David Rousset ("O Universo Concentracionário"), Primo Levi ("Se Isto É Um Homem"), Robert Antelme ("A Espécie Humana") e outros deram(-nos) testemunho da sua experiência de deportação. E Paul Celan. Viria ele a dizer, ao receber o Prémio Büchner, em 1962: "Algo sobreviveu no meio das ruínas. Algo acessível e próximo: a linguagem. Contudo, a própria linguagem teve que se erguer por entre as suas próprias ruínas, salvar os espaços em que se quedou mudo o horror, por entre as mil trevas que mortificam o discurso. Nesta língua, o alemão, procurei escrever poesia. Apenas para falar, orientar-me, indagar, imaginar a realidade. Deste modo a poesia encontra-se sempre no caminho para a língua originária." E perante a poesia de Celan Adorno rectificou o seu entendimento.» (Augusto M. Seabra, no Público de hoje.) |
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