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  • 14.12.04
    Erlkönig

    Wer reitet so spät durch Nacht und Wind?
    Es ist der Vater mit seinem Kind;
    Er hat den Knaben wohl in dem Arm,
    Er faßt ihn sicher, er hält ihn warm.

    Mein Sohn, was birgst du so bang dein Gesicht? -
    Siehst Vater, du den Erlkönig nicht?
    Den Erlenkönig mit Kron und Schweif? -
    Mein Sohn, es ist ein Nebelstreif. -

    »Du liebes Kind, komm, geh mit mir!
    Gar schöne Spiele spiel ich mit dir;
    Manch bunte Blumen sind an dem Strand,
    Meine Mutter hat manch gülden Gewand.«

    Mein Vater, mein Vater, und hörest du nicht,
    Was Erlenkönig mir leise verspricht? -
    Sei ruhig, bleibe ruhig, mein Kind;
    In dürren Blättern säuselt der Wind. -

    »Willst, feiner Knabe, du mit mir gehn?
    Meine Töchter sollen dich warten schön;
    Meine Töchter führen den nächtlichen Reihn
    Und wiegen und tanzen und singen dich ein.«

    Mein Vater, mein Vater, und siehst du nicht dort
    Erlkönigs Töchter am düstern Ort? -
    Mein Sohn, mein Sohn, ich seh es genau:
    Es scheinen die alten Weiden so grau. -

    »Ich liebe dich, mich reizt deine schöne Gestalt;
    Und bist du nicht willig, so brauch ich Gewalt.«
    Mein Vater, mein Vater, jetzt faßt er mich an!
    Erlkönig hat mir ein Leids getan! -

    Dem Vater grauset's, er reitet geschwind,
    Er hält in den Armen das ächzende Kind,
    Erreicht den Hof mit Mühe und Not;
    In seinen Armen das Kind war tot.

    (Johann Wolfgang von Goethe)
    ___________

    O Rei dos Alamos

    Quem cavalga tão tarde, ao vento e pela treva?
    O cavaleiro é um pai, p'lo filho acompanhado,
    Pai que, nos braços seus, o seu filhinho leva,
    Cingindo-o muito, afim de o ter agasalhado.

    - Porque escondes, meu filho, essa carinha, tanto?
    - Dos álamos o Rei, ó meu pai, não o vês?
    Não o vês tu, meu pai, coroado e com manto?
    - Engana-te, da bruma, algum floco talvez.

    - Vem comigo, meu lindo! Ah, vem comigo! Vens?
    Contigo jogarei jogos bem divertidos;
    Muitas, garridas flores nas minhas ribas tens,
    Minha mãe tem para ti muitos áureos vestidos.

    - Aos teus ouvidos, pai, dize-me cá não chega
    Tudo aquilo que o Rei me promete baixinho?
    - Não te inquietes, meu filho, ó meu filho sossega:
    Co'as folhas sêcas anda o vento em murmurinho.

    - Vê lá, se a vir comigo, ó lindo, te abalanças!
    Tenho filhas que bem te saberão tratar,
    Minhas filhas, verás! Dançam nocturnas danças,
    E assim te embalarão, a dançar e a cantar.

    - O teu olhar, meu pai, ainda não devassa
    Das princesas o grupo, além, na escuridão?
    - Filho, filho, bem vejo o que em tôrno se passa,
    Só os salgueiros vês, que entre as névoas estão.

    - Gosto muito de ti, dessa linda figura,
    Não resistas, senão a força empregarei.
    - Meu pai, o Rei prendeu-me agora com mão dura!
    Ai! Quanto me magoou dos álamos o Rei!

    O pai, todo a tremer, apressura a montada,
    Todo abraçado ao seu queixoso pequenino,
    Depois de apuros tais, chega à sua morada,
    Porém nos braços seus vai já morto o menino.


    (Tradução: Eugénio de Castro.
    Yvette Centeno nota que o título, no entanto, não devia ser "O Rei dos Alamos" mas "O Rei dos Elfos".)

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