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  • 16.11.04
    Terras do Nunca até nunca?

    Quem diria que as Terras do Nunca estão afinal tão assentes na nossa terra de todos os dias, que seja possível tirar-lhes, literalmente, o tapete. Pelo menos é isso o que o Pula Pula Pulga pensa, e o que me parece altamente plausível.
    Sempre achei que a minha profissão de arquitecto fosse uma em que era o mais difícil conciliar independência, frontalidade e honestidade intelectual com a necessidade de sustentar a vida. Vejo que ser jornalista é ainda mais complicado.
    O Pula Pula Pulga explica no caso do JMF os benefícios do anonimato nos blogues. Postas as coisas assim, não encontro argumentos contra isso.

    Mas essa conclusão deixa me com um profundo desgosto: Tenho aqui uma noção talvéz sentimental e antiquada da dignidade e da cidadania, que me leva a teimar num mundo em que um político possa ir ao cinéma, como qualquer um e sem aparato de segurança, um realizador polémico possa ir de bicicleta ao trabalho, sem serem abatidos, e ainda mais um cidadão possa escrever e subscrever com o seu nome o que lhe vem na alma, sem que isso lhe ponha em risco a existência profissional.

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