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  • 15.10.04

    Há obras de arquitectura que me impressionam à primeira. Umas continuam a convencer-me, decorrido os anos, a maioria delas não.
    Há outras obras, que ganham com o tempo.
    É o que acontece com a estação Cais de Sodré de Pedro Botelho e Nuno Teotónio Pereira. Se gostei logo a estação do Metro, irritou-me no início um pouco o uso excessivo de perfís de aço na estação dos comboios.
    Nos últimos tempos calhou que passei a utilizar ambas as estações com alguma frequência. (Entretanto está concluido também a estação fluvial.) E cada vez que lá vou, gosto mais delas. De facto, tudo o que lá esta, está certo. Discreto, mas convicto, e com propósito.
    Quando era estudante, era esse o meu sonho, chegar a fazer obras assim:
    Que não importunam, mas encantam e fazem sentir bem com uma influência discreta e calma; hoje, amanhã e nos tempos quando as modas actuais serão as asneiras do passado.

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