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30.10.04
Y yo me iré. Y se quedarán los pájaros cantando; y se quedará mi huerto con su verde árbol, y con su pozo blanco. Todas las tardes el cielo será azul y plácido; y tocarán, como esta tarde están tocando, las campanas del campanario. Se morirán aquellos que me amaron; y el pueblo se hará nuevo cada año; y en el rincon de aquel mi huerto florido y encalado, mi espiritu errará, nostalgico. Y yo me iré; y estaré solo, sin hogar, sin árbol verde, sin pozo blanco, sin cielo azul y plácido... Y se quedarán los pájaros cantando. (Juan Ramon Jiménez) _______________ A viagem definitiva Ir-me-ei embora. E ficarão os pássaros Cantando. E ficará o meu jardim com sua árvore verde E o seu poço branco. Todas as tardes o céu será azul e plácido, E tocarão, corno esta tarde estão tocando, Os sinos do companário. Morrerão os que me amaram E a aldeia se renovará todos os anos. E longe do bulício distinto, surdo, raro Do domingo acabado, Da diligência das cinco, das sestas do banho, No recanto secreto do meu jardim florido e caiado Meu espírito de hoje errará nostálgico... E ir-me-ei embora, e serei outro, sem lar, sem árvore Verde, sem poço branco, Sem céu azul e plácido... E os pássaros ficarão cantando. (Tradução de Manuel Bandeira) |
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