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23.9.04
Escreve o PPM no Acidental: "...não alinho no clima de histeria que se criou à volta de um problema que é real e que nos deve preocupar a todos, mas que tem sido manifestamente exagerado por razões de puro oportunismo político. Quando se ouvem as diversas oposições a pedir a demissão de uma ministra por causa de um erro num programa de computador..." O homem tem razão: Então programas de computador não têm sempre erros? E desde quando é suposto que as coisas funcionam? Na administração pública portuguesa?! O PPM faz aqui uma coisa genial, se não fosse tão corrente: abstrair da questão técnica - do programa que não funciona - o efeito que este têm sobre as pessoas reais, as suas vidas. É uma forma de pensar e funcionar muito paradigmática para esta sociedade: Toda a gente sabe que os procedimentos administrativos em Portugal são, por regra, estapafúrdios, complicadissimos, contraditórios, injustos e desumanos, se aplicados em concreto. Já não a ninguém passa pela cabeça que isso podia ser diferente. É assim. Há muito as pessoas deixaram de espantar-se com isso, e também de indignar-se com isso. Em vez disso, pensam em remédios. Em evitar, distorcer ou contornar a sua aplicação. Isto é um mandamento do bom senso. Daí advém a justificação moral da cunha, da pequena batota, do esquema. As regras não devem ser levados à letra, sob pena de catástrofe. É isso que o programa da Compta não percebeu. (Coitado do programa, exigir-lhe "bom senso português"!) E por isso tem toda a lógica da decisão, tardia mas inevitável, pela realização manual do processo de colocação. E se, o que acho menos provável, também isso falhar, ainda não está perdido tudo, porque sempre há outro proverbial remédio: paciência! |
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