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15.6.04
Cresci numa vila pequena a cinco quilómetros da fronteira holandesa. O lado de lá sempre atraiu a mim e os meus amigos mais do que as cidades no vale do Reno. Assim passei, quando pude, uma boa parte dos tempo livre da minha adolescência neste lado. Fiz vela no rio Maas, passei muitas tardes nos coffee-shops onde fiz outras coisas que não convém relatar aqui. De um modo geral, nós os alemães, gostamos dos holandeses. E é com uma certa incredulidade, mais do que mágoa, quando descobrimos que o sentimento não é recíproco. Podia dizer-se a antipatia dos holandeses aos alemães é por causa da ocupação Nazi. (Ainda há minutos ouvi na TV, que o ponta de lança dos holandeses, Van Niestelroy, jogou para vingar essa ocupação. Só o conseguiu de uma forma imperfeita: Fez um golo, que só deu para empatar... Para o resto da vingança olho assim descansadamente - mesmo se for cumprida, penso que nós os alemães termos-ão safados de forma baratinha.) Li em tempos num estudo sociológico holandês sobre este fenómeno, que o ressentiment contra os alemães é mais forte no grupo etário entre os 15 e 25 anos! Aqueles, que têm mesmo razões biográficas para (no mínimo) uma certa reserva, têm uma postura muito mais favorável. Tenho umas explicações caseiras para essa antipatia: A primeira é que eles têm que aturar, proporcionalmente, muito mais turistas alemães do que nós turistas holandeses. (E os portugueses devem ser o único povo no mundo que é capaz de aturar turistas sem depois odiar a nação dos mesmos.) A segunda, que me parece mais forte, é: Eles são o vizinho mais pequeno dum pais grande, que é culturalmente e até em termos de mentalidade muito mais parecido com eles do que gostam. Sentem-se ameaçados, não militarmente, nem economicamente, mas sim de serem absorvidos um dia, culturalmente. Ou seja, um pouco como os portugueses em relação a Espanha. |
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