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  • 4.6.04
    Há 15 anos na praça da paz celeste



    Há nesta cena - talvez - mais do que um heroi. O primeiro é o óbvio, o que vemos, aquele que aposta a sua vida, solitário, sem violência, para a causa que sabe justa.

    Mas também há os que não vemos, o motorista, o comandante do tanque, que não avança. Não sei quais foram as ordens que tiveram. Não sei se eles, na altura, comunicaram com os seus superiores via rádio sobre o que deviam fazer. Mas talvez eles tiveram escrúpulos, reconheceram que o que lhes foi exigido não estava certo, e não avançaram por isso. Talvez sou ingénuo. Mas talvez foi assim: pessoas vulgares descobriram, numa determinada situação, que há uma responsabilidade que não é delegável, e reagiram de acordo com isso.
    O que me daria esperança, mais do que aquele que se coloca no caminho dos tanques, e quem, sem dúvida, tem maior mérito, mas que é daqueles dos quais haverá sempre demasiado poucos.

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