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  • 6.6.04
    De mortui nihil nisi bene!

    Eu sou um daqueles que bloquearam os acessos aos quarteis americanos na Alemanha para impedir o estacionamento dos misseis Pershing II. Mas os misseis foram estacionados. A III guerra mundial não chegou, e oito anos mais tarde acabou o império soviético.

    É hoje, não só à direita, tido como adquirido que o estacionameto dos Pershing e a "guerra das estrelas" de Reagan foram decisivas para precipitar o colapso do bloco sovietico.
    Confesso que na altura não o percebi: Que estes oito anos de corrida do armamento foram concebidos e revelaram-se como suficiente para arruinar as economias comunistas, e para levar, em consequência, as populações à derrubar os seus regimes! E que a figura carismática de Reagan iria inspirá-los para enfrentar destemidamente os seus opressores!

    Por isso esse homem, que propôs, ainda como governador de California, intensificar os bombardeamentos sobre Vietnam e transformar todo este pais num "nice, clean parking-lot", (uma boa amostra da sempre encantadora obsessão americana com a limpeza), é o verdadeiro heroi do fim da guerra fria, e não estas figuras cinzentas e secundárias - como e que se chamaram? - ah, pois era: Gorbatchov, Woytila, Sacharov, Walesa, Havel...

    Não posso negar que recordo de Ronald Reagan o corajosissimo repto que lançou em Berlim, à partir duma tribuna montada a frente do muro: "Mr. Gorbatchov, tear down this wall!"
    Hoje sei que na altura fiquei injustamente indignado por ter que passar essa tarde no Bahnhof Zoo a espera de poder ir para minha casa em Kreuzberg. E pelo facto de que a polícia Berlinense tinha cercado e fechado este bairro de 400.000 habitantes, para facilitar ao presidente americano a sua perigosissima tarefa. Qual valor perante tanta ousadia tem o acto de Gorbatchov em 1989, quando manteve as tropas nos quarteis enquanto os Alemães derrubaram o muro: Só fez o que Reagan lhe já tinha exigido...

    Lembro-me também da gloriosa vitória sobre a perigosissima Grenada, que finalmente reestabeleceu a auto-estima do Americanos em termos militares, após aquela retirada pouca dignificante do Vietnam (da responsabilidade daqueles maricas seus antecessores).

    Mas antes de mais, penso que Ronald Reagan deve ser lembrado pelo que fez pela mudança profunda das mentalidades na América e em todo o mundo ocidental: Pela reconquista dos valores eternos do egoismo, da ganância e vaidade.
    Para além, claro, da redescoberta duma ancestral verdade: Os bons somos sempre nós, os maus (o império do mal) os outros.
    Como modelos e referências da éra Reagan ficam-nos assim muito justamente, para além do próprio, Rambo e Donald Trump.
    Obrigado!

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