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  • 13.4.04
    Não negociarás!

    Friedrich II von Stauffen, imperador do Sagrado Império Romano de Nação Alemã viveu de 1194-1250. Residiu a maior parte da sua vida na Apúlia, no sul da Itália. (Entre os castelos que mandou construir há um edifício fantástico: Castel del Monte. Mas não era isso que queria referir aqui...)

    Era um homem culto e curioso, que preferiu a companhia dos árabes eruditos à dos toscos compatriotas cristãos dele. Isto não agradou nem ao Papa - mas a este nada do que um imperador alemão fez excepto a submissão completa, teria agradado - e também não a muitos dos seus compatriotas, que acharam essa atitude, aliás com razão, um indício de falta de fervor religioso do dirigente máximo do mundo da fé verdadeira.

    Friedrich era um homem que preferia a experiência à autoridade dos escritos. E assim decidiu por a prova a afirmação dos scholásticos que diziam que o homem falava mesmo, por natureza, hebreu (ou aramaico), e só a queda da Torre de Bábel que espalhou as línguas pelo mundo, era a causa de que se aprendia outras linguas como língua materna. Mandou isolar 30 recém-nascidos, e obrigou as amas a não falar com elas. Parece que para além do silêncio, foram também muito parcos em todo o resto contacto carinhoso. A experiência foi um fracasso: Não só não comecaram a falar hebreu, como morreram todas.

    Mas isso não é o acontecimento que lhe criou problemas. Este era outro.
    O Papa e o rei da França, Luis o Pio, tinham preparado mais uma cruzada para libertar Jerusalem do jugo dos infieis. E o imperador já tinha, há muitos anos, numa negociata política, prometido participar nela. Só que estava já arrependido disso, se uma vez tinha planeado cumprir a sua palavra, o que não é certo: A cruzada não lhe parecia boa ideia, nem do ponto de vista militar, nem do ponto de vista económico, e motivos mais nobres, como os religiosos, lhe faltavam.
    Mas cada vez foi pressionado mais por Luis e pelo Papa para cumprir a promessa e liderar a santa campanha.

    A forma como resolveu o problema, manchou para muita gente - não só da sua época - indelevelmente a sua reputação: Usando os seus bons contactos com o mundo muçulmano, comprou Jerusalem aos árabes.

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