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  • 18.4.04
    Ainda há muitos para matar...

    Ainda não ouvi saltar as rolhas do champagne nos blogues aqui a volta, mas não deve tardar muito.
    E certamente haverá novamente quem gostava de ter sido quem disparou o missil, senão o missil mesmo... Porque é que isso me deprime? - Não há dúvida que este homem era asceroso, do pior mesmo... Mas há muitos monstros pelo mundo fora, por exemplo alguns também nas death rows de prisões americanos e outras. Deprime-me que os há. Monstros. Deprime-me também que há outros que anseiam para carregar o botão que lhes liga a cadeira eléctrica, ou os inunda de veneno.

    E neste caso concreto, o que me deprime antes de tudo é que não consigo ver o que de bom há de vir deste - não faço questão no termo - acto de guerra. Não imagino que alguém, certamente não Sharon, acha que a morte deles desmotivará os Palestinianos radicais de forma que decidem cessar os atentados assassinos. Pelo que leio, pelo que vejo na televisão, não faltam pessoas que, indiferente ao elevado risco de vida, estão dispostos para continuar onde Al-Rantissi foi interrompido.

    A lógica que levou à decisão de matar Al-Rantissi exige que se elimina também estes e os que sucedem a eles e os que sucedem a estes, até já não haver mais ninguém quem tem ódio e coragem suficiente para lhes suceder...
    Quantos serão? - Dez? Cem? Mil? Dez-mil? - Alguém acredita mesmo que assim chegará o momento em que se impõe uma elite palestiniana moderada, e diz com autoridade aos seus compatriotas: "Párem! Não vêem que não ganhamos. Vamos parar com os atentados e aceitar as condições que o governo de Israel e o dos EUA têm para nós!"

    Quem não acredita nisto - e só um demente em psicologia pode acreditar nisto - ou não tem plano nenhum (o que espero ser o caso, porque a estupidez me deprime menos do que a maldade humana) ou tem planos piores...

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