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17.3.04
56% dos Iraquianos consideram que estão melhor do que há um ano. (Contra 19% que acham que estão pior.) 51% dos Iraquianos não gostam de ter tropas estrangeiras no Iraque, mas só 15% querem que saiam já! Esses valores - não sei avaliar a sua credibilidade, mas quem encomendou a sondagem merece-me alguma confiança - dão-me que pensar. Primeiro: É indubitavelmente um facto positivo assinalavel, que foi possivel realizá-la. Segundo: O facto de uma clara maioria dos Iraquianos considerar a sua situação hoje melhor do que há um ano, desmente quem chama as consequências da guerra um desastre. Podem ser um desastre em muitos aspectos (eu acho que são), mas na não propriamente irrelevante opinião dos que têm que viver no terreno, não o são! E como mais relevante do que os 56% que se consideram em melhor situação hoje, aparentam-se os 70% que julgam que no próximo ano estarão melhor. 70%, isto é um considerável capital de esperança. (Não é de confudir com a confiança nas forças ocupantes, que é claramente menor...) Mas só metade da população quer um regime democratico. Eu temo que isso não chega. Nenhuma sociedade aguenta-se como democracia, sem que uma vasta maioria a realmente quer. (Lembro me do exemplo de Weimar...) Restam as seguintes alternativas: - Uma democracia sob a protecção das forças de ocupação, que teriam de continuar no país (por quantos anos?); - Um regime autoritário como os conhecemos na região, com a benção ou tutela das forças de ocupação, mas que depois de o ter minimamente estabilizado já podem sair do terreno; - Um regime autoritário ou um estado islâmico sem a benção das forças de ocupação, depois de estes terem - nolens volens - saido; - Uma situação de guerra civil prolongada. Realmente espero estar enganado, mas não vejo tanta razão para o optimismo dos Iraquianos... (* no Público) |
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