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  • 24.3.04
    O que é que lhes leva a crer que detém a Verdade?

    Será que sou "místico orfão de espiritualidade" ou "discípulo das energias positivas", ou devo subsumar-me humildemente "entre outros". Verdade é que sou daqueles que já se indignaram com um post dos Animais Evangélicos, e assim julgo que terei de escolher um dos rótulos que a Voz do Deserto disponibilizou para estas pessoas. (A escolha ainda inclui "romano higienico do costume", mas aqui não caibo mesmo...)

    Segundo a Voz do Deserto, elementos não mais identificados das acima referidas categorias têm-se indignado com o discurso sobre o pecado pelo Samuel Nunes, que, como o Tiago de Oliveira Cavaco justamente realça - e aqui ele já consegue identificar individuos - só fala por si e não é porta-voz dos outros autores do blogue. Mas os pecados dos quais o Samuel Nunes falou, desde a descrença, passando pela "homosexualidade, pedofilia, aborto", também os são para o autor da Voz do Deserto, que aproveita para informar que não tem grande respeito pelos "Arautos de Sodoma", "que vivem sem sombras de remorsos".

    Embora não sendo nem homossexual nem pedófilo - se vale a pena distinguir entre essas duas condições - indigno-me. Porqué?

    O que me custa a perceber é como pessoas com acesso a informação, que lhes devia servir para ver que a religião calha a cada um conforme o acaso do seu nascimento - como muçulmano, baptista, hindu, testemunho de jeóva, budista, católico etc. - podem levar os seus dogmata à letra e usa-los como bitola para terceiros.

    Para uma pessoa inteligente e intelectualmente honesta restam perante este facto óbvio duas opções:
    Ou interpreta o legado da sua religião de uma forma um pouco mais abstracta, entendendo que a sua religião é só uma manifestação da essência religiosa (o que lhe abrisse um caminho fascinante para perceber melhor desta essência através do diálogo e da comparação com outras manifestações da mesma essência - mas isso cada um fara como entende...);
    ou, porque não quer prescindir do imaginário e ideário literal da sua religião, (respeito quem sente a necessidade do conforto que isso dá, e também a eventualmente sentida "verdade interior") limitar-se de aplicar os seus dogmata a si próprio e eventualmente os seus. E poupar neste caso terceiros dos seus impulsos missionários, uma vez que não está disposto para o diálogo no terreno da razão...

    Era o que esperava de uma pessoa inteligente e intelectualmente honesta...

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