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30.3.04
Eu percebo a ideia do José do Guia dos Perplexos, uma ideia fascinante, e muito verosímil: O povo judeu, eleito. Eleito para sofrer, para servir de exemplo como é possível manter a identidade, a sua cultura, a integridade e a ética na adversidade, em todas as provações imagináveis e também nas inimagináveis! Como exemplo da nossa condição humana. E não o é? Não é corroborada essa ideia pelo imponente património cultural, artístico e ético que lhe devemos? Percebo que - assim como o José a ideia entende - isto é um grande elogio. Porém... Porém posso imaginar que - se fosse judeu - dispensava desta missão tão nobre, e reclamava para mim o direito de viver uma vida normal, bem e mal, como qualquer outro. São duas coisas distintas: O povo Israel mítico, na imaginação dum cristão, ou mesmo na imaginação de qualquer um, uma ideia poderosa. - E pessoas de carne e osso, que têm uma vida, uma vida deles, que não devia estar ao serviço duma ideia de outros... Não penso que o Guia dos Perplexos está a justificar o sofrimento passado do povo judeu, ou o actual ou um sofrimento futuro... Mas está a dar-lhe sentido - e isto é uma espada de dois gumes! Etiquetas: sel |
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